Os amantes de café precisam se preparar, pois as mudanças climáticas podem afetar a produção de café no Brasil. O tempo mais seco e quente está causando estragos nas plantações, especialmente no sudeste brasileiro.
Maior produtor mundial de café do mundo, os impactos na lavoura brasileira podem afetar a oferta do grão em todo o mundo, fazendo os preços dispararem.
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Segundo o produtor Felipe Barretto Croce, da Fazenda Ambiental Fortaleza (FAF), em São Paulo, as mudanças no clima mundial têm sido sentidas e afetado a produção de café na região.
“Nos últimos anos, tivemos dias com mais climas extremos: frio mais intenso e calor mais intenso. Estamos vendo um déficit de chuva no geral. Isso provavelmente por conta de muito desmatamento ao redor, no Cerrado e na Amazônia”, disse ao portal .
Assim, segundo ele, com o clima extremo se tornando mais frequente, o tempo entre os estresses climáticos nos cafezais brasileiros está mais curto. Isso significa que as plantas não têm a chance de se recuperar totalmente, prejudicando a produção.
Dados alarmantes
As emissões nocivas de carbono de 2010-2019 foram as mais altas na história da humanidade. Mostram os dados do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU. Com aumentos de emissões registrados “em todos os principais setores do mundo”.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, esta é prova de que o mundo está em um caminho rápido para o desastre, que pode tornar o planeta inabitável.
“Isso não é ficção ou exagero. É o que a ciência nos diz que resultará de nossas atuais políticas energéticas. Estamos no caminho para o aquecimento global de mais que o dobro do limite de 1,5 grau celsius que foi acordado em Paris em 2015″, ressaltou.
No começo do ano, uma pesquisa publicada na revista científica mostrou que as plantas de café serão “drasticamente” menos adequadas para o cultivo nas atuais regiões produtoras de café até 2050, devido aos impactos das mudanças climáticas.
Atualmente, as áreas mais adequadas para o cultivo de café estão na América Central e do Sul, particularmente no Brasil. Porém, nos próximos 28 anos, os impactos projetados das mudanças climáticas nessas áreas irão torná-las muito menos favoráveis à cafeicultura, de acordo com o relatório.