Enquanto a carne cultivada virou alvo de proibições em alguns estados nos EUA, o Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a venda de carne cultivada em laboratório — porém, somente para cachorros e gatos.
A autorização regulatória é para a empresa britânica Meatly, que passará a vender rações para animais de estimação contendo frango cultivado.
Carne de laboratório para cachorros
De acordo com o site da companhia, a expectativa é de que as vendas comecem ainda este ano. Além disso, eles planejam expandir as operações para volumes industriais até 2027, visando a redução de custos.
A Meatly alega ter feito testes para demonstrar que o frango cultivado é livre de bactérias e vírus, organismos geneticamente modificados, antibióticos, patógenos prejudiciais, metais pesados e que o produto é seguro e nutritivo.
Sobre o anúncio da autorização, o CEO da companhia, Owen Ensor, disse: “Hoje marca um marco significativo para a indústria europeia de carne cultivada. Estou incrivelmente orgulhoso de que a Meatly seja a primeira empresa na Europa a obter luz verde para vender carne cultivada.”
Jim Mellon, fundador da Agronomics, que investe na marca, acrescentou: “Nossos animais de estimação consomem enormes quantidades de carne todos os dias e, portanto, esse desenvolvimento pode desempenhar um papel crucial na redução das emissões, do consumo de recursos e do sofrimento animal causados pela produção tradicional de carne.”
Carne cultivada: produção, benefícios e opinião pública
A produção do frango cultivado começa com uma pequena amostra de células de um ovo de galinha. Estas são criadas em uma incubadora que controla variáveis como por exemplo temperatura e acidez, segundo o IFL Science. Eles também fornecem às células vitaminas, minerais e aminoácidos a fim de que elas cresçam até se tornarem carne.
O objetivo da carne de laboratório é reduzir as emissões de gases de efeito estufa globais. Destas emissões, 12% vêm da agropecuária, de acordo com o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa).
Embora nem todos estejam abertos à ideia, um descobriu que cerca de 40% dos carnívoros consumiriam carne cultivada, mas cerca de 81% deles alimentaria seus animais de estimação com ela. Já entre os veganos e vegetarianos que não consumiriam a carne, cerca de 62% e 56%, respectivamente, disse que ainda a dariam a seus pets.