O DNA de um cãozinho que foi encontrado na Sibéria quase que totalmente preservado não parece se encaixar perfeitamente no perfil genético de um cão ou de um lobo, o que significa que ele pode ser uma espécie entre os dois.
O cãozinho congelado, encontrado perto de Yakutsk, no leste da Sibéria, tinha apenas dois meses quando morreu, conforme aponta uma .
Cientistas do Centro de Paleogenética — um projeto conjunto entre a Universidade de Estocolmo e o Museu Sueco de História Natural — usaram a técnica de datação por radiocarbono nos ossos de sua costela e estimaram que ele viveu há 18 mil anos, durante o final da última era glacial.
O nível de preservação é incrível. O filhote ainda tem dentes, nariz e pelo intactos. Os cientistas conseguiram extrair uma amostra de DNA, o que possibilitou confirmar que se tratava de um macho. Desde então, ele tem sido chamado de “Dogor”, que significa “amigo” em Yakutian.
A análise de DNA, no entanto, não conseguiu concluir a espécie do animal. A criaturinha não parece se encaixar no perfil genético de um cão ou de um lobo, e possivelmente representa um estágio intermediário durante a domesticação de cães.
“Já temos muitos dados sobre ele e, com essa quantidade de dados, seria de esperar que soubéssemos se é um lobo ou um cão”, disse David Stanton, pesquisador do Centro de Paleogenética, à CNN. “O fato de não conseguirmos definir, sugere que ele é de uma população que era ancestral a ambos — aos cães e lobos”.
Here is another amazing find from the Belaya Gora site!
Radiocarbon dating says it 18,000 years old.
Question: is it a cub, or possibly the oldest ever found?
We are hoping to answer this by sequencing it’s genome (it has 43% endogenous DNA).
But what do you think?
— Love Dalén (@love_dalen)
Tradução: Aqui está outra descoberta incrível da região de Belaya Gora! Datação por radiocarbono diz que ele tem 18 mil anos. Pergunta: é um filhote de lobo, ou possivelmente o cão mais antigo já encontrado? Nós esperamos responder essa pergunta ao sequenciar o seu genoma (ele tem 43% do DNA endógeno). Mas o que você acha?
A possibilidade dele pertencer a uma espécie híbrida é fascinante, mas é importante que não tiremos conclusões precipitadas. O espécime poderia muito bem ser um lobo ancestral.
Se for um cão, no entanto, é provável que represente o mais antigo no registo arqueológico da espécie. O atual recordista é o , datado de cerca de 14.223 anos. Os restos incompletos deste antigo cão domesticado foram descobertos em uma pedreira de basalto perto de Bonn, Alemanha, em 1910.
A origem dos cães ainda não está completamente clara, daí a importância da nova descoberta. Os primeiros cães domesticados surgiram na Ásia cerca de 14 mil a 16 mil anos atrás, mas evidências genéticas sugerem que antigos aconteceu em algum momento entre 20 mil a 40 mil anos atrás.
Para complicar as coisas, os cães podem ter sido domesticados duas vezes, em locais diferentes: uma na Ásia e outra na Europa.
A tese de que o cachorrinho de 18 mil anos seja algum tipo de elo perdido evolucionário é bastante plausível, já que as datas parecem estar corretas. Porém, mais evidências são necessárias.
Os pesquisadores do Centro de Paleogenética planejam realizar mais testes para elucidar completamente a sua constituição genética e ter um melhor entedimento sobre a espécie a que pertenceu.