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O Instituto Butantan, a Fundação Butantan e o Instituto de Vacinas Humanas da Universidade Duke (DHVI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, assinaram um Memorando de Entendimento que visa a colaboração na pesquisa e no desenvolvimento clínico de novos imunobiológicos. A parceria engloba discussões e possíveis ações conjuntas relacionadas, principalmente, a vacinas contra HIV (vírus da imunodeficiência humana) e influenza, além do estudo de plataformas de RNA mensageiro e da preparação para futuras pandemias.
As duas instituições devem discutir linhas de pesquisa, atividades, responsabilidades e outros aspectos envolvendo a pesquisa conjunta de vacinas, a produção, o monitoramento de doenças e o desenvolvimento de estudos clínicos. Além disso, o Butantan e o DHVI buscam estabelecer um Programa de Pesquisa e Co-desenvolvimento de vacinas estratégicas contra patógenos com potencial pandêmico.
“Este acordo permite ao DHVI fazer o que fazemos de melhor como um instituto único de pesquisa interdisciplinar, enquanto colaboramos com outros cientistas renomados mundialmente para desenvolver vacinas e terapias inovadoras”, diz o diretor de Operações da organização, Thomas Denny.
O DHVI é um instituto de pesquisa interdisciplinar e interdepartamental que faz parte da Universidade Duke. A instituição foi criada em 1990 para apoiar os esforços da universidade no desenvolvimento de vacinas e terapias para o HIV e outras infecções emergentes. A missão do DHVI é desenvolver produtos para prevenir e tratar doenças de importância global e atuar na formação da próxima geração de cientistas.
“O Butantan está sempre buscando parcerias para aumentar sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento de vacinas. Este acordo com o DHVI une dois líderes mundiais em pesquisa e produção de vacinas com a missão de melhorar a saúde global”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Histórico da parceria
Em junho de 2023, o Diretor de Operações do DHVI, Thomas Denny, visitou o Butantan para discutir oportunidades de colaboração entre as instituições. Durante a visita, ministrou uma palestra sobre pesquisa translacional para a comunidade Butantan e estudantes da Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB). O conceito se refere a todas as etapas do desenvolvimento de um produto, da bancada do laboratório aos testes pré-clínicos, e dos ensaios em seres humanos à aprovação regulatória e disponibilização do produto.
A instituição norte-americana foi criada, inicialmente, com foco no desenvolvimento de um imunizante contra o HIV, na mesma época em que a epidemia eclodia no mundo. Foi dos estudos do DHVI que surgiram algumas das primeiras vacinas candidatas a serem testadas em seres humanos. Obter um produto final, contudo, ainda é um desafio, devido à resistência que o vírus adquire com suas frequentes mutações.
Logo o DHVI passou a se dedicar ao combate de outras infecções emergentes, como influenza, SARS-CoV-2, tuberculose, sífilis e gonorreia, consolidando uma expertise no desenvolvimento clínico de novos imunobiológicos.
O Butantan e a Universidade Duke já haviam unido esforços em 2022, em um projeto para a descentralização dos soros antiofídicos em áreas remotas da Amazônia, que resultou na publicação de um estudo no ano passado. Iniciativa do Butantan e da Universidade do Estado do Amazonas, o projeto também contou com o apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.