Animais
Butantan alerta para lagarta com veneno mortal encontrada no Brasil
Único tratamento disponível para a pela toxina dessa taturana é o soro antilonômico produzido pelo Instituto Butantan. Saiba como agir
Imagem: Instituto Butantan/Reprodução
A lagarta Lonomia obliqua, conhecida como taturana-oblíqua, é uma espécie fácil de encontrar em diferentes partes do Brasil. Apesar de comum, ela pode ser muito perigosa: o pequeno inseto tem um veneno que pode levar à morte caso a vítima não seja tratada.
O único tratamento disponível para toxina dessa taturana é o soro antilonômico produzido pelo . O órgão de saúde alerta para os perigos do contato de pessoas com os “espinhos” envenenados.“É muito importante que a pessoa procure o serviço médico o mais breve possível após ter contato com uma lagarta. Se possível, fotografar o animal pode ajudar a agilizar o diagnóstico e, consequentemente, a aplicação do soro”, aponta a médica Ceila Málaque, do Hospital Vital Brazil (HVB), do Instituto Butantan.
Os primeiros registros de acidentes com humanos causados por esse tipo de inseto no Brasil datam de 1989. São conhecidos ao menos cinco casos de morte em decorrência de acidentes com a espécie.
Como o antídoto para o veneno da lagarta funciona
Resumidamente, o soro contém anticorpos capazes de neutralizar o veneno circulando no sangue, normalizando as taxas de coagulação e evitando complicações graves.
O Butantan explica que a dose depende da gravidade do envenenamento, definida a partir da intensidade dos sintomas. Ao todo, o Instituto produz 5 mil ampolas por ano e envia ao Ministério da Saúde, que distribui o medicamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos casos mais marcantes de envenenamento por lagarta e das consequências da demora do atendimento ocorreu no Canadá, em 2008, com uma jovem de 22 anos. Ela procurou um hospital apenas sete dias após ter pisado descalça em cinco lagartas durante viagem ao Peru.
O relato do caso foi publicado pelos pesquisadores canadenses na revista .
“Imediatamente após o contato com as lagartas, a jovem sentiu dor e queimação no pé, que se irradiou para a coxa. A dor piorou quando ela andou. Uma dor de cabeça também surgiu. Tanto a dor no pé quanto a dor de cabeça desapareceram nas 12 horas seguintes e ela não procurou atendimento médico naquele momento”, informa o artigo.
Quando decidiu buscar tratamento, uma semana após pisar nas lagartas, a paciente apresentava manchas roxas na pele e sinais de coagulação. Após isso, o Hospital da Universidade de Alberta fez contato com o Butantan e recebeu o soro em 48 horas, no décimo dia depois do envenenamento (terceiro dia de internação).
No entanto, o quadro da jovem já havia progredido para hemorragia pulmonar, lesão renal aguda e coagulação intravascular, levando à falência de múltiplos órgãos.