Brasil é suspenso do maior consórcio astronômico do mundo
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O Brasil foi aprovado por unanimidade pelo conselho do consórcio no final de 2010. O país assinou o acordo com a entidade em 2011, que foi aprovado no Congresso Nacional em maior de 2015 e aguardava sanção presidencial desde então.
Mesmo sem a assinatura do presidente, o Brasil tinha desde a assinatura do acordo livre acesso a três observatórios astronômicos instalados no deserto do Chile – mantidos e administrados por 15 países europeus, países asiáticos, Canadá e EUA.Uma notícia terrível para os Astrônomos Brasileiros:
*** Brasil ?? fora do , o maior observatório do mundo ***O acordo com o ESO foi aprovado pelo congresso em 5/2015, mas ainda não foi assinado pela Presidência da República — Astronomia USP Brasil (@AstroUSP)
Impasse nacional
Gustavo Rojas, representante na divulgação científica brasileira do ESO, que o texto “precisava ser aprovado em todas as instâncias aqui do governo brasileiro antes de ser protocolado nos organismos internacionais. A gente ainda não chegou nesta etapa porque falta a sanção presidencial”, diz. “Enquanto o presidente brasileiro não ratificar o acordo e ele não for protocolado em um cartório em Paris, o acordo não passa a valer. Então não teria nem como o ESO receber o dinheiro”, explicou Rojas.Renderização artística do E-ELT (Créditos: ESO)
O ESO, por sua vez, que “visto que o Acordo de Adesão dificilmente será aprovado no futuro próximo, o conselho do ESO decidiu suspender o processo até o Brasil estar em uma posição para completar a execução do Acordo de Adesão, possivelmente por meio de uma renegociação”. O conselho reitera, no entanto, que o Brasil continua a ser um valioso parceiro em potencial e expressa o seu desejo de ter o país como membro do consórcio no futuro. Mesmo com a decisão, os cientistas brasileiros ainda podem fazer uso dos observatórios, entretanto, terão que passar por concorrências, não tendo mais o livre acesso que tinham até então.Extremely Large Telescope
Desde que foi cogitada a entrada efetiva do Brasil no ESO, a entidade passou a contar em seu planejamento com a possível contribuição do país – que, no caso, seria o projeto de construção do E-ELT (European Extremely Large Telescope), um telescópio óptico com uma lente de 39 metros de diâmetro — atualmente, o maior telescópio na Terra tem um espelho de 10,3 metros.O ESO previa que o Brasil se tornaria um membro efetivo do consórcio em 2013, mas, prevendo o pior, instituiu um plano de contingência. “O ESO vai construir o E-ELT com ou sem o Brasil. O problema é que, sem o Brasil, as atividades não ficarão prontas até 2024, como queremos, e sim em 2026”, explicou Tim de Zeeuw, diretor geral do ESO, ao Gizmodo Brasil.
Atualmente, o E-ELT está em construção.Imagem de topo: renderização artística do E-ELT em uso (Créditos: ESO)
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