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Brasil autoriza Google a instalar cabo que liga Praia Grande aos EUA

Praia Grande, no litoral paulista, é local de chegada de cabos para sistemas submarinos de fibra no Brasil. E, agora, vai abrigar nova rede internacional Firmina

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Imagem: Unsplash/Reprodução

O Google foi autorizado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) a instalar cabos submarinos no oceano em Praia Grande (SP), criando uma rede que se estende até os Estados Unidos. A big tech conseguiu licença ambiental para iniciar os trabalhos, que devem ser concluídos ainda neste ano.

A cidade no litoral de São Paulo é um local de aterrissagem de cabos para sistemas submarinos de fibra no Brasil. Trata-se do novo cabo Firmina, que vai da costa leste dos EUA até Las Toninas, na Argentina, Punta del Este, no Uruguai, e, depois, para a Praia Grande.

No final de julho, os cabos chegaram ao Uruguai. Na região do município do litoral paulista, ainda estão em fase de construção. A rede de sistemas submarinos foi batizada de Firmina, em homenagem à escritora negra do Maranhão, Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”. Ela foi a primeira romancista mulher do Brasil.

Com mais de 14 mil km de extensão e 12 pares de fibra óptica, o cabo deve transportar dados entre a América do Norte e a América do Sul, garantindo aos usuários acesso rápido e de baixa latência aos serviços do Google, como o buscador, Gmail, YouTube e Google Cloud.

“Essa licença ambiental está relacionada às operações do Power Feeding Equipment (PFE) para nossos cabos submarinos. A licença é necessária para o manuseio responsável do óleo diesel usado nos geradores da unidade”, disse o Google à BNamericas.

De acordo com as informações do documento, os cabos serão instalados próximo à costa no bairro Mirim, que abriga a estação de aterrissagem dos outros cabos submarinos que chegam à cidade, como o Seabras-1 da Seaborn e o Malbec da GlobeNet-Meta. A SubCom é responsável pela construção.

A licença concedida ao Google é um certificado de aprovação para tratamento de resíduos industriais (Cadri) para o manuseio de resíduos de interesse ambiental. Essa licença, em específico, é para o gerenciamento de 100 mil kg/ano de óleo diesel, que é usado em geradores de energia de reserva para centros de dados e outros equipamentos industriais, incluindo estações de pouso.

Cabo vai romper barreiras

O Firmina será o cabo mais longo do mundo capaz de funcionar com uma única fonte de energia em uma de suas pontas, caso suas outras fontes de alimentação fiquem temporariamente indisponíveis.

Em um cabo submarino, os dados são transportados como pulsos de luz dentro de uma fibra óptica. Este sinal de luz é amplificado a cada 100 quilômetros por meio de uma fonte de energia de alta voltagem instalada nas estações onde o cabo chega em cada país. Cabos mais curtos aproveitam a energia disponível a partir de uma única ponta, contudo isso é mais difícil de fazer em cabos mais longos, com pares de fibra mais largos.

O cabo Firmina rompe essa barreira – ao conectar a América do Norte e do Sul, ele será o mais longo da história a incluir a capacidade de funcionar com uma fonte de energia em uma de suas pontas.

Conquistar esse design altamente resiliente, que representa a quebra de um recorde, foi possível ao fornecer uma voltagem 20% maior para este cabo do que a utilizada em sistemas anteriores. Com a conclusão do cabo Firmina, o Google terá investido em cabos que aumentarão a capacidade de tráfego internacional para o Brasil em 50%.

Atualmente, o Brasil já possui conexões internacionais por meio de vários cabos submarinos, como Americas-II, EllaLink, SAC, SAm-1, AMX-1, GlobeNet, SACS, Seabras-1, Brusa, Malbec e SAIL, que são de diferentes proprietários. Além dos cabos Monet, Tannat e Firmina, o Google também participa do cabo Junior, que interliga cidades brasileiras.

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