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Bolha fria no oceano Atlântico vai na contramão das mudanças climáticas

Região do Atlântico ficou 0,9 ºC mais gelada no último século - o que, ainda que não pareça, é bastante coisa. Novo estudo sugere que o fenômeno é fruto de uma mudança nos ventos da região, que favorece a formação de tempestades

Bolha fria no oceano

Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Uma “bolha fria” no oceano, localizada na região subpolar do Atlântico Norte, tem chamado a atenção de pesquisadores. Afinal, com o aumento das mudanças climáticas, é esperado um aquecimento das temperaturas globais, e não o contrário. 

Não há dúvidas de que o resfriamento da região é sim causado pelo efeito estufa, mas de uma forma indireta. Agora, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, o que motiva o fenômeno. 

Utilizando simulações de computadores, os cientistas concluíram que 54% da tendência de resfriamento é explicada pela perda de calor do oceano induzida pela atmosfera que o cobre. Ou seja, o “ar” da região influenciando na temperatura. Os outros 38% entram na conta do próprio movimento oceânico, que traz água fria das profundezas para a superfície.

Em resumo, mudanças nos ventos e mares estariam mexendo com a temperatura da região, já que estes fatores contribuem para a formação de tempestades intensas, que também induzem a perda de calor do oceano. O estudo completo foi publicado na revista científica .

Desde o século passado, foi observado um resfriamento neste ponto do Atlântico. Pode até não parecer, mas é bastante coisa, consideramos que vivemos em um planeta com alguns bilhões de anos de vida. 

O estudo vai na contramão de pesquisas feitas no passado, que atribuem a queda da temperatura na região à desaceleração de um sistema de correntes oceânicas chamado Circulação Meridional do Atlântico (AMOC). O AMOC transporta água quente dos trópicos para o Atlântico Norte e, sem o seu funcionamento pleno, os cientistas sugerem que a Europa e a América do Norte possam enfrentar condições semelhantes àquelas da Era do Gelo. 

Apesar dos pesquisadores da Pensilvânia estarem focados na formação de tempestades, eles não descartam a hipótese de que o AMOC também esteja influenciando na temperatura. Nos estudos sobre o clima, é necessário considerar as diversas variáveis – o que deve continuar sendo feito pelos cientistas.

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