Boeing e Airbus alertam que 5G põe em risco segurança de voos
Fabricantes alertam que rede de nova geração interfere no funcionamento de aviões. Operadoras adiam implantação da nova rede.
As duas maiores fabricantes de aviões do mundo, a Boeing e a Airbus, fizeram um pedido para que o governo dos Estados Unidos adiasse a implantação da tecnologia 5G. Segundo as empresas, a rede móvel de nova geração pode criar um “enorme impacto negativo na indústria da aviação”.
O alerta foi feito por meio de um documento assinado por representantes de alto escalão das duas fabricantes e endereçado para o secretário de transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg.
No documento, é citado preocupações de segurança sobre potenciais interferências da banda C do 5G nos equipamentos das aeronaves, principalmente nos medidores de altitude por rádio.
Nos Estados Unidos, a banda C fica entre as faixas de 3,7 GHz a 4,2 GHz. Já os sistemas de segurança dos aviões que poderiam ser afetados ficam entre as bandas 4,2 GHz a 4,4 GHz.
“Uma proposta de segurança da aviação para mitigar riscos potenciais foi submetida à consideração do Departamento de Transporte dos Estados Unidos”, diz o documento das empresas aéreas.
Em novembro passado, uma reportagem do Wall Street Journal revelou que as operadoras americanas AT&T e Verizon decidiram adiar a implantação da rede móvel na Banda C para janeiro do ano que vem, justamente por preocupações quanto à segurança dos voos. Porém, em nota, as duas operadoras negaram que haverá interferências.
Entretanto, a Agência de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) emitiu neste mês um documento com diretrizes de navegação de aeronaves em que alerta que a interferência do 5G poderia resultar em desvios de voos e que novos detalhes seriam divulgados até janeiro.
Em resposta ao documento da FAA, o presidente-executivo da United Airlines, Scott Kirby, afirmou que essas diretrizes impediriam o uso de medidores de altitude por rádio em cerca dos 40 maiores aeroportos dos Estados Unidos.
Já uma associação que reúne empresas de tecnologia sem fio dos EUA acusou a indústria de aviação de espalhar o medo e distorcer fatos.