Existiam batata e café na era dos dinossauros, diz análise de fóssil vegetal

Fóssil vegetal foi encontrado na Califórnia, na década de 1990, e reúne características que descenderam de plantas modernas, como batata, café e tomate
Existiam batata e café na era dos dinossauros, diz análise de fóssil vegetal
Imagem: Brian Atkinson/Universidade do Kansas/Divulgação

Café, batata, tomate e hortelã não são alimentos modernos; eles existem há pelo menos 80 milhões de anos. Pesquisadores encontraram o registro dessas culturas em um fóssil vegetal identificado ainda em 1990 na cidade de Sacramento, Califórnia. 

O fóssil estava em depósitos da Formação Chico, formação geológica da Idade da Campânia, a quinta das seis eras do Período Cretáceo. Além das culturas modernas, os cientistas descobriram outras 40.000 espécies de plantas com flores. 

“Este fóssil nos diz que um grupo realmente diversificado evoluiu antes de nossa compreensão original”, Brian Atkinson, professor e curador de paleobotânica na Universidade do Kansas.

Segundo Atkinson, o fóssil vegetal pertence a um grupo de lianas, trepadeiras comuns nas florestas tropicais. “Este é um grande indicador de que florestas tropicais estruturalmente complexas podem ter existido há 80 milhões de anos”, afirmou. 

Na análise, Atkinson estudou as estruturas da planta fóssil com microscopia de luz. Isso lhe permitiu observar a espécie a fundo e caracterizá-la em sua devida árvore genealógica: era um fóssil do gênero Paleophytocrene, agora nomeado de chicoensis, em homenagem à Formação Chico. 

Explicando a era dos dinossauros

A descoberta lança luz sobre um “intervalo crítico” na história da vida na Terra. Há 80 milhões de anos, as florestas passavam de dominadas por gimnospermas (como as coníferas) para dominadas por plantas com flores. 

Agora, a pesquisa pode ajudar a entender como uma planta flores sobreviveu ao cataclismo que matou os dinossauros. Outra dúvida é saber o que permitiu a evolução do fóssil para milhares de espécies que hoje são essenciais para a vida humana, como a batata e o café. 

“Minha pesquisa envolve entender o tempo profundo para conciliar como a biodiversidade moderna surgiu”, pontuou o pesquisador. “E, potencialmente, como ela se sairá no futuro com as mudanças climáticas”.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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