O Banco Central anunciou, no ano passado, planos para a implementação de um sistema de pagamentos instantâneos e interoperável no Brasil. E o DOC e TED realmente estão com os dias contados: a partir deste mês a novidade passará por testes de conectividade e deverá ser implementado a partir de novembro.
De acordo com o , após o lançamento do novo sistema, grandes instituições financeiras (como os bancos) e instituição de pagamento (como fintechs iguais ao Nubank) serão obrigadas a oferecerem esse serviço para os clientes. A ideia é que essas transferências instantâneas aconteçam entre diferentes empresas.
Esse novo sistema estará disponível 24 horas por dia e permitirá transferências em segundos. Hoje, a título de comparação, uma TED só pode ser feita em horário definido pelos bancos entre 6h30 e 17h e, às vezes, leva cerca de uma hora para ser processada. A Febraban diz que o sistema permitirá enviar e receber a grana em apenas dez segundos.
A ideia é que essa novidade reduza bastante os custos para os clientes, que chegam a pagar mais de R$ 10 por uma transação tradicional como TED ou DOC. A entrada de novos atores no mercado deve estimular a competitividade para que a tarifa da novidade seja reduzida.
Hoje, as transferências instantâneas já existem, de certo modo. O Nubank, por exemplo, credita as operações na mesma hora entre os clientes da NuConta. A diferença é que as pessoas envolvidas na transação não precisarão ter conta na mesma instituição.
A medida tem potencial para abrir espaço para soluções alternativas que tem surgido no mercado, como PicPay, MercadoPago e outros aplicativos que usam QR Code para fazer operações financeiras.
A novidade irá valer para estabelecimentos comerciais, que precisarão “ter somente um código único de identificação para permitir que seus clientes façam a leitura desse código por meio de seus smartphones”.
“O sistema de pagamento instantâneo tem a característica de operar 24 horas por dia, sete dias por semana. Ele vai incluir todos as instituições financeiras e de pagamento.”, diz Angelo Duarte, chefe do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do BC, ao Estadão.
Se tudo correr bem, até o final do ano o Brasil deve contar com esse novo sistema.