Ciência

Astrônomos encontram objetos misteriosos na periferia do Sistema Solar

Com a ajuda de IA, pesquisadores identificaram 12 objetos no final do Sistema Solar, ainda mais distantes do Sol que Plutão; clique abaixo
Imagem: Guillermo Ferla/ Unsplash/ Reprodução

Parece que o Sistema Solar não é tão pequeno quanto se pensava. A sonda New Horizons, da NASA, está explorando o espaço para além de Netuno, o último planeta do Sistema Solar. E, nesta missão, parece ter detectado objetos que estão além de Plutão, o que não havia acontecido antes.

O estudo ainda precisa passar pela revisão por pares. Contudo, se comprovadas as descobertas, a pesquisa indica que há astros mais distantes do Sol do que se imagina.

Entenda o contexto

Além da órbita de Netuno, existem milhares de pequenos objetos gelados no cinturão de Kuiper – Plutão é o mais famoso entre eles. Contudo, este cinturão termina abruptamente após 50 unidades astronômicas (UA) de extensão.

Cada unidade astronômica mede a distância entre a Terra e o Sol. Dessa forma, após 50 UA, a quantidade de objetos cai do cinturão Kuiper cai para zero.

Isso deixava pesquisadores  intrigados, pois o Sistema Solar conhecido é considerado pequeno. Em geral, em outros sistemas solares, cinturões semelhantes se estendem por centenas de UA.

O que se sabe até agora

Agora, a New Horizons está a 57 UA e continua se afastando da borda do Kuiper. Neste trajeto, seu contador de poeira detectou sinais de colisões entre corpos planetários. 

Com a saída da sonda do cinturão, cientistas esperavam que a quantidade de poeira detectada diminuísse, mas isso não aconteceu. 

Dessa forma, pesquisadores acreditam que existem mais objetos espaciais pela região. Há cerca de 60 UA, eles dizem ter encontrado cerca de uma dúzia de objetos. Assim, eles estão quase tão distantes de Plutão quanto Plutão está do Sol.

Em geral, há duas ideias: ou Kuiper se estende muito mais longe do que se pensava ou há um segundo cinturão. 

Controvérsias

Astrônomos que não participaram do estudo ficaram intrigados, mas desejam ver mais evidências. Há muito tempo busca-se compreender o que há mais a frente no Sistema Solar e até agora outros levantamentos não encontraram nada.

De modo geral, os objetos do cinturão de Kuiper são tênues e lentos e, por isso, difíceis de encontrar. Além disso, à , pesquisadores relataram que os alvos da New Horizons são difíceis de ver.

Isso porque a sonda parece estar voando diretamente em direção ao centro brilhante da Via Láctea, ofuscando os objetos. Isso pode ter dificultado as descobertas em outras pesquisas.

Por este motivo, os cientistas envolvidos no estudo combinam eletronicamente centenas de imagens de uma noite de observação. A expectativa é que um ponto brilhante apareça formando uma trajetória que parece provável.

Antes, esse processo era feito manualmente, mas agora eles contam com ajuda de inteligência artificial. Como resultado, encontraram os 12 objetos para frente do cinturão de Kuiper, que estão agrupados perto do caminho da New Horizons – o que também pode ter dificultado que outras pesquisas. 

Agora, a equipe volta a estudar a região, mas dessa vez usando um novo filtro óptico que permitirá ver objetos mais tênues e menores.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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