Astrônomos do Caltech (California Institute of Technology), nos Estados Unidos, e de outras instituições afirmam ter detectado a estrela mais rápida já vista na Via Láctea. Trata-se de uma anã branca chamada J0927, que estaria se movendo pelo espaço a 8.226.967 km/h.
A J0927 bateu o recorde anterior de (prepare-se para outro número gigante) 7.919.904 km/h, mantido por outra estrela anã branca. Ela é considerada uma estrela de hipervelocidade, porque nesse ritmo poderá escapar da atração gravitacional da Via Láctea um dia.
O que é o fenômeno D6
A estrela foi vista ao lado de outras três em movimento rápido. Todas estariam viajando pelo espaço em alta velocidade por influência de uma supernova Tipo Ia – uma das explosões mais violentas do cosmos. Ela é causada pelo , acrônimo em inglês para “detonação dupla degenerada impulsionada dinamicamente”.
No cenário proposto por Ken Shen, um astrofísico da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), uma anã branca prende outra em sua órbita e acaba roubando seu hélio. O processo desencadeia uma fusão nuclear na camada de hélio da primeira estrela. O que envia uma onda de choque na direção de seu núcleo e leva à explosão.
Os pesquisadores detectaram a estrela ultrarrápida vasculhando dados da missão Gaia, da ESA (agência espacial europeia). Trata-se de um observatório espacial lançado em 2013 que deve operar até 2025. Dessa forma, a ideia é criar o mapa estelar mais detalhado de nossa galáxia. (Entenda o projeto nesta matéria do Giz Brasil.)
A equipe localizou as anãs brancas nos dados da missão Gaia e estudou observações que forneceram dados sobre suas composições químicas – as anãs brancas fujonas, afinal, seriam resultado de uma explosão que removeu seu hélio e hidrogênio. E foi assim que os astrônomos apontaram a J0927.
Os pesquisadores suas descobertas este mês no servidor de pré-impressão arXiv. Ou seja: o estudo ainda será submetido para publicação em uma revista científica. Assim, passará pela etapa de revisão por pares, em que outros cientistas vão avaliar os dados analisados pela equipe do Caltech.