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Astronautas vão plantar alface em solo adubado por asteroides no espaço

Até agora, plantar no espaço só era possível com a ajuda de adubo produzido na Terra. Mas cientistas trabalham em novos tipos de suplementos para solo extraterrestre, que poderão servir em missões mais longas

Imagem: UND Today/Reprodução

Plantar hortaliças no espaço pode se tornar uma realidade no futuro. É o que mostra uma pesquisa da Universidade de Dakota do Norte, nos EUA, na última sexta-feira (29). 

O estudo testou o cultivo de alface romana, pimenta malagueta e rabanete rosa em solo enriquecido com turfa (tipo de adubo), e em um material que simula a composição de rochas espaciais. 

Segundo disse a agroecologista Sherry Fieber-Beyer em comunicado, trata-se de um solo que concentra “meteoritos de condritos carbonáceos”, conhecidos por serem ricos em água, além de nutrientes como nitrogênio, potássio e fósforo, essenciais para a agricultura. 

O estudo comparou como as plantas cresciam em três tipos diferentes de terra: apenas em solo espacial falso; apenas em musgo de turfa; ou na mistura de solo espacial e turfa. 

As plantas se desenvolveram em todas as misturas com o adubo orgânico, incluindo a composição com solo de asteroides.

Só não houve resultado positivo quando as sementes foram plantadas apenas na terra composta pelas rochas espaciais. O motivo: a terra impediu o crescimento das plantas por ser muito compactada e não reter água. 

A pesquisa surgiu da preocupação em cultivar alimentos em missões longas fora da Terra. Até agora, temperar no espaço, por exemplo, não é uma opção: astronautas levam comida condimentada para suas viagens. A expectativa é que, no futuro, seja possível produzir sem depender do Sol ou da atmosfera. Tanto rabanete quanto alface e pimenta já são cultivados a bordo da Estação Espacial Internacional. 

Próximos passos

Uma saída poderia ser pulverizar tipos de asteroides para fornecer adubos no espaço — ou seja, investir em mineração espacial

A partir de agora, os pesquisadores tentarão cultivar sementes de ervilhaca esmeralda na mesma terra que simula o solo de asteroide. A partir daí, deixará as plantas se decomporem e tentará misturar essa matéria vegetal em todo o solo. “Isso poderia garantir que o solo não se compactasse”, disse Fieber-Beyer à imprensa. 

Além disso, as sementes são mais leves que o musgo de turfa – o que facilitaria o transporte para a sede espacial em tentativas futuras de cultivo. 

Essa não é a primeira experiência de plantio em solo espacial. Em maio, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia cultivou as primeiras sementes em terra lunar trazidas durante as missões Apollo, entre 1960 e 1970. 

“Nosso futuro depende do espaço em muitos aspectos. Primeiro, para deixar nosso planeta, devemos ser capazes de cultivar alimentos fora do mundo”, diz o artigo publicado na sexta-feira. “Em segundo lugar, é para melhorar a saúde dos solos da Terra. Em algum momento, eles não serão mais capazes de sustentar a vida vegetal”.

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