Pesquisadores do Departamento de Energia dos EUA estão desenvolvendo um mapa do universo. Não é da Terra. É do universo!
O trabalho, feito a partir do DESI (sigla em inglês para Instrumento Espectroscópico de Energia Escura), começou há sete meses, mas já está trazendo resultados.
Até agora, os astrofísicos já mapearam um terço do céu –a maior faixa já obtida até hoje. De acordo com um publicado pelo Berkeley Lab, isto é apenas 10% de todo o estudo, que deve durar cinco anos.
O DESI está instalado no Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona. Para ter uma ideia de sua imensidão, o projeto consiste em vários aparelhos instalados dentro de uma cúpula de 14 andares. Há, no total, 5 mil robôs do tamanho de canetas que permitem que o instrumento colete dados precisos de 5 mil galáxias de uma só vez.
Além disso, o DESI possui vários , um instrumento astronômico capaz de dispersar a luz estelar, formando um espectro em comprimento de onda. Com essa ferramenta, os pesquisadores conseguem medir o desvio para o vermelho de uma galáxia. Basicamente, quanto mais longe o objeto está da Terra, mais longo é seu comprimento de onda e, consequentemente, o nível de vermelho que apresenta é maior.
Com os desvios de vermelho, o DESI poderá observar a profundidade do céu. Isso está dentro de seu objetivo principal, que é medir com precisão a expansão do universo. Ao final de tudo, os cientistas pretendem entender o que é a energia escura, uma forma hipotética de energia que parece constituir 70% do universo e atuar diretamente em sua expansão.
Por enquanto, o mapa do universo registrou cerca de 7,5 milhões de galáxias, mas este número deve chegar a 40 milhões. As observações e o processamento de dados são, em grande parte, automatizados. Isso permite que os cientistas obtenham diariamente dados de aproximadamente 100 mil galáxias.
O DESI enxerga a mais de 10 bilhões de anos-luz de distância. Ou seja, está capturando a luz emitida por galáxias quando o universo tinha menos da metade de sua idade atual.
A equipe por trás do DESI planeja disponibilizar o primeiro conjunto de dados oficiais em 2023. As informações servirão para que outros cientistas também sigam estudando as galáxias.