O Hubble não para de nos surpreender. Em operação há 32 anos, o telescópio espacial é hoje o instrumento mais longevo e produtivo da NASA, tendo realizado mais de 1,5 milhão de observações astronômicas de cerca de 50 mil objetos celestes.
Desde 1990, o Hubble ajudou astrônomos a calcular a idade do Universo com mais precisão, teve uma participação fundamental na descoberta da matéria escura, e permitiu estudar a formação e evolução das galáxias. E, nesse meio tempo, captou imagens que, até então, não eram possíveis com observatórios em terra.
Confira algumas das mais belas – e não menos extraordinárias – imagens captadas pelo Hubble nas últimas três décadas.
Eta Carinae
Hubble captou os restos de uma antiga explosão no sistema binário de Eta Carinae. Imagem: NASA/Divulgação
No ano de 1843, a estrela , da constelação de Carina, aumentou repentinamente seu brilho e se tornou, por um breve período, em uma das estrelas mais brilhantes do céu. Cerca de 160 anos depois, o Hubble captou esta imagem, onde é possível ter uma ideia do que aconteceu.
A partir desta e outras fotos posteriores, astrônomos descobriram que Eta Carinae é, na verdade, duas estrelas muito massivas que estão bem próximas uma da outra. Além disso, o aumento repentino visto em meados de 1800 foi causado por uma grande explosão no interior deste sistema, o que criou esses dois lóbulos de poeira ao redor das estrelas.
Acredita-se que essas estrelas estão em um período instável e podem acabar explodindo em uma supernova a qualquer momento.
Recife Cósmico
Um recife de estrelas localizada na Grande Nuvem de Magalhães. Imagem:NASA/ESA/Divulgação
Parecendo uma verdadeira obra de arte, esta foto mostra a ação de jovens estrelas esculpindo nebulosas ao redor. A imagem é formada pela nebulosa vermelha gigante (NGC 2014) e sua vizinha azul menor (NGC 2020), sendo apelidada de ““, porque elas parecem ter saído de um mundo submarino.
Essas nebulosas estão a 163 mil anos-luz da Terra, em uma região de formação de estrelas em uma pequena galáxia vizinha da nossa, a Grande Nuvem de Magalhães. O brilho das jovens estrelas iluminam o gás e a poeira, enquanto seus ventos empurram os materiais mais densos da nebulosa.
Objeto de Hoag
Foto do Objeto de Hoag traz duas galáxias raras em uma mesma imagem. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
Formada por um anel simétrico de estrelas quentes, azuis e jovens, girando ao redor de um núcleo com estrelas amarelas mais velhas, esta é umas das galáxias mais raras e bonitas já captadas pelo Hubble. É como se existisse uma galáxia dentro de outra galáxia.
O tem 120 mil anos-luz de largura, sendo um pouco maior que a nossa galáxia, a Via Láctea. O que parece um espaço vazio separando as duas populações estrelas pode, na verdade, conter aglomerados estelares que são fracos demais para serem observados.
Curiosamente, é possível ver nesta mesma imagem outra galáxia avermelhada distante que também tem o mesmo formato de anel, na parte de cima da lacuna. Foi uma grande coincidência as duas galáxias estarem alinhadas para serem captadas pelas câmeras do Hubble.
NGC 1755
NGC 1755, uma pitada de estrelas a 120 anos-luz da Terra. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
Este tem 120 anos-luz de largura e também reside na Grande Nuvem de Magalhães. Ele é formado por um grupo de estrelas jovens que estão ligadas gravitacionalmente entre si.
Geralmente, essas estrelas têm propriedades, idade e composição química semelhantes, o que permite fazer estudos sobre o ciclo de vida das estrelas.
Centaurus A
Centaurus A, também conhecido como NGC 5128, distante 14 milhões de anos-luz da Terra. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
De acordo com a , esta fotografia captada pelo Hubble mostrou detalhes nunca antes vistos de Centaurus A, uma galáxia com formato lenticular localizada na direção da constelação de Centaurus.
A imagem combina luz visível, ultravioleta e infravermelha para revelar estrelas jovens e brilhantes, além da poeira que encobre o núcleo ativo da galáxia. Esta é a quinta galáxia mais brilhante do céu.
Nebulosa do Caranguejo
Duas estrelas moribundas estão criando uma “ampulheta” no espaço. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
Durante o 29° aniversário do Hubble, os astrônomos captaram essa imagem da . Segundo os pesquisadores, esses tentáculos coloridos davam um tom mais festivo para celebrar o aniversário do telescópio espacial.
O formato de ampulheta foi gerado por um par de estrelas — uma gigante vermelha envelhecida e uma pequena anã branca. Conforme a estrela gigante perde as camadas externas de sua atmosfera, o material é atraído pela estrela menor, gerando este formato característico.
O nome da nebulosa se deve ao fota de que as bolhas de gás aparecem mais brilhantes nas bordas, lembrando patas de caranguejos.
HH-111
Jovem estrela cria um dos fenômenos mais raros do Universo, conhecido como um objeto “Herbig-Haro”. Imagem: NASA/Divulgação
Esta “espada de luz” cósmica foi gerada por uma estrela recém-nascida catalogada com o nome impessoal de . A estrela bebê fica a 1.300 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Orion, e pode ser vista próxima do centro da imagem, envolta por uma nebulosa.
Os jatos são formados por gases ionizados superaquecidos emitidos pelos polos da estrela e que conseguiram escapar da nuvem de poeira densa ao seu redor. Esse fenômeno brilhante é conhecido como Herbig-Haro, quando os jatos da estrela colidem com nuvens de gás a milhares de km/s.
Galáxia Godzilla
UGC 2885, uma galáxia gigante vizinha a nossa. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
Localizada a 232 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Perseu, está a maior galáxia conhecida do Grupo Local – um grupo composto por mais de 50 galáxias e que a nossa Via-Láctea faz parte.
UGC 2885 – apelidada como “” – tem, nada menos, que 2,5 vezes a largura da nossa galáxia, e contém 10 vezes mais estrelas.
Messier 77
Hubble capta os belos braços espiralados da galáxia Messier 77. Imagem: NASA/ESA/Divulgação
Outra bela galáxia captada pelo Hubble é a espiral , distante 45 milhões de anos-luz de nós. É possível observar bolsões de estrelas azuis e vermelhas ao longo de seus braços espiralados, além de faixas de poeira escura que se estendem desde o centro até a borda da galáxia.
Sorte a nossa dela estar virada na direção da Terra, para que fosse possível ser captada em detalhes pelo Hubble.