Ciência
Árvore “assassina de abelhas” é proibida em cidade do Espírito Santo
No Brasil, a espécie foi introduzida como uma planta ornamental, e atualmente é considerada uma árvore invasora
Imagem: Ananda Porto/TG
Moradores da cidade de Afonso Cláudio, no Espirito Santo, agora estão proibidos de fazer algo curioso: plantar uma espécie de árvore. Mas o motivo disso não é nada bobo, já que a tal árvore é considerada tóxica.
A árvore espatódea (Spathodea campanulata) atinge de 7 a 25 metros de altura, e tem belas flores de cor laranja. Além desse visual encantador, ela é capaz de intoxicar abelhas, insetos e até pássaros, como os beija-flores.
Com esse perigo, a Prefeitura de Afonso Cláudio nesta quinta-feira (17) um decreto que proíbe o plantio desse tipo de planta.
A multa para quem descumprir o decreto pode chegar a R$ 40 mil. Em caso de reincidência, a sanção será ainda maior. Além disso, as árvores já plantadas deverão ser cortadas e as mudas produzidas ou em produção, descartadas.
Não é a primeira vez que a planta é alvo de proibições. Desde janeiro de 2019, o estado de Santa Catarina proíbe a produção de mudas e o plantio de árvores da espécie.
No entanto, alguns municípios já tinham leis nesse sentido antes e, após a promulgação da lei estadual, vários outros publicaram leis que não procuram apenas inibir o seu plantio, mas também fomentar o corte e a poda, além da substituição por espécies nativas.
Árvore gera problema ecológico
A espatódea é uma planta é originária das florestas tropicais do Oeste da África. No Brasil, a espécie foi introduzida como uma planta ornamental e atualmente é considerada uma árvore invasora. Graças às suas defesas químicas e não apresentar predadores naturais no Brasil, tem sua capacidade de reprodução aumentada, se tornando uma potencial praga e infestando com facilidade terrenos abandonados.Além disso, sua presença pode dificultar o estabelecimento de plantas nativas. Após sua infestação pode demorar de 40 até 80 anos para dar lugar às espécies nativas, pois suas mudas são intolerantes à sombra.
Pesquisadores explicam que sua presença pode impactar a população de insetos nas cidades, modificando a ecologia dessas espécies e assim dificultando a polinização de outras espécies de plantas. Outro problema é que a espécie pode afetar populações de abelhas de cultivadores, causando danos econômicos.