Artrópodes gigantes do Marrocos dominavam mares há 470 milhões de anos
Além do futebol, Marrocos também ganhou relevância recente em outra área: paleontologia. Artrópodes gigantes dominavam os mares marroquinos, há pelo menos 470 milhões de anos. A conclusão tem base na descoberta de novos fósseis na região até então inexplorada de Taichoute.
Os detalhes foram revelados em estudo publicado pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, na revista científica , nesta terça-feira (13).
Evidências encontradas apontam que existiam artrópodes com até dois metros de comprimento na região central de Marrocos. O local, que passou milhões de anos submerso, mas hoje é um deserto, ganhou o apelido de Fezouata Biota.
Os artrópodes que viviam ali se pareciam muito com os que existem hoje: animais invertebrados de exoesqueleto rígido, como gafanhotos, aranhas e caranguejos. A única diferença é que eram gigantes.
“Seu grande tamanho e estilo de vida de natação livre sugerem que eles desempenharam um papel único nesses ecossistemas”, disse Xiaoya Ma, um dos autores do estudo. Segundo ele, os fósseis ainda não foram 100% identificados. O que já se sabe, porém, é que alguns podem pertencer a espécies nunca vistas antes.
Os cientistas apontam ainda que diversos artrópodes gigantes “nadavam livremente” na região. Isso porque o local do registro dos fósseis é muito diferente daqueles descritos anteriormente na formação geológica de Fezouata, a 80 quilômetros de distância de Taichoute.
Descobertas surpreendentes
Ao mesmo tempo, animais menores estavam presos a fragmentos desses artrópodes, o que indica que as grandes carapaças serviam como reservas de nutrientes para os habitantes do fundo do mar.
“Tudo é novo nesta localidade”, disse Farid Saleh, da Universidade da Universidade de Lausanne e Yunnan, o principal autor do estudo, referindo-se à região de Taichoute. “Sua sedimentologia, paleontologia e até a preservação de fósseis”.
Além dos esqueletos “duros”, também há vestígios das partes “moles” desses animais, como órgãos internos, o que aumenta ainda mais o potencial de estudo.
Isso, segundo Saleh, destaca a importância de preservar o local. “Vai completar nossa compreensão da vida passada na Terra”, afirmou. Segundo o pesquisador, a região abre caminho para pesquisas paleontológicas e ecológicas.