Artemis: NASA adia volta de astronautas à Lua; saiba o motivo
A NASA nesta terça-feira (9) a decisão de atrasar o cronograma das missões Artemis, incluindo a primeira missão a levar astronautas à Lua em mais de 50 anos. De acordo com a agência espacial, a intenção é garantir um maior tempo para que os parceiros comerciais da missão desenvolvam os equipamentos necessários para a viagem lunar.
Agora, o calendário das missões da NASA define que a Artemis 2 não ocorrerá antes de setembro de 2025. Inicialmente, o plano era enviar quatro astronautas em uma viagem ao redor da Lua já no próximo mês de novembro.Por consequência, a Artemis 3, que levaria astronautas ao polo sul da Lua, será apenas em setembro de 2026 — não mais em 2025.
No entanto, a Artemis 4 mantém a data de lançamento original, para setembro de 2028. Nesta missão, a NASA pretende iniciar a construção da Gateway, uma nova estação espacial próxima da Lua.
O programa Artemis é um projeto complexo e que inclui a colaboração de gigantes do setor aeroespacial, incluindo SpaceX, Blue Origin, Lockheed Martin, Northrop Grumman e Boeing. Estas parcerias são fundamentais para vários aspectos da missão da NASA, desde o desenvolvimento de espaçonaves até sistemas de segurança da tripulação. Confira o trailer do programa Artemis:
NASA revela motivos para adiar Artemis
Durante a coletiva de imprensa, o atual administrador da NASA, Bill Nelson, enfatizou que a segurança é a principal prioridade da Artemis. De acordo com Nelson, adiar a Artemis decorreu de desafios no desenvolvimento e integração de novos sistemas, sobretudo na nave Orion.
Além disso, o desenvolvimento de novos trajes espaciais, após um contrato concedido à Axiom Space em 2022, é mais um fator que a NASA considerou para adiar a missão.
Jessica Jensen, engenheira sênior da SpaceX, afirma que serão necessárias cerca de 10 Starships, cada uma equipada para abastecimento, para que a missão dê certo.
Problemas em outras missões lunares
O anúncio do adiamento do programa Artemis ocorre logo após o fracasso da primeira missão do programa CLPS (Commercial Lunar Payload Services).A missão, que enviaria o módulo lunar Peregrine, desenvolvido pela empresa Astrobotic Technology, seria o primeiro pouso americano na Lua após 50 anos — e o primeiro feito por uma empresa privada. No entanto, a missão enfrentou uma anomalia no sistema de propulsão do módulo de pouso.
O Peregrine levaria equipamentos da NASA para exploração científica na Lua, além de cinzas do criador e de membro do elenco de Star Trek. Por isso, o plano frustrado do Peregrine marca um início do CLPS não tão positivo, além de um revés para o programa Artemis de forma geral. Entretanto, a NASA já tem planos bem maiores para esse projeto de exploração e pesquisa lunar em parceria com empresas privadas.
Um exemplo é o rover VIPER, que custou US$ 433,5 milhões à NASA, que deve pousar no polo sul da Lua ainda neste ano a bordo do lander robótico Griffin — ambos desenvolvidos também pela Astrobotic Technology.