Uma das formas de comunicação mais antigas (e curiosas) da humanidade é o envio de mensagens dentro de garrafas. Por mais que a prática venha com um certo grau de imprevisibilidade de realmente alcançar o destino, a mensagem também pode ser uma forma de “cápsula do tempo“, preservando informações comuns a uma sociedade numa determinada época, para que seu conteúdo seja acessado por gerações futuras.
É raro encontrar uma mensagem na garrafa de 200 anos de um arqueólogo para outro arqueólogo, mas esse caso aconteceu recentemente na França. No final de setembro, uma equipe de estudantes de arqueologia descobriu o artefato durante uma escavação em sítio arqueológico gaulês, perto da cidade de Eu.
Aliás, Eu é uma vila da região histórica da Normandia, famosa no Brasil pelo Conde d’Eu, marido da princesa Isabel.
A vila patrocinava a escavação dos arqueólogos, conforme no Facebook. Guillaume Blondel, que liderava a equipe de arqueólogos, abriu a “cápsula do tempo” e acabou lendo a mensagem do seu colega de outra era.
Bilhete na garrafa
A mensagem na cápsula do tempo, escrita pelo arqueólogo P.J. Féret, não contém informações técnicas. Em vez disso, Féret, que trabalhava em uma escavação no sítio arqueológico “Camp de César”:
“ P.J Féret, da cidade de Dieppe e membro de várias sociedades intelectuais, realizou escavações neste local em janeiro de 1825. Ele continua suas investigações na região conhecida como Cité de Limes ou Camp de César”, diz a mensagem.
Féret era conhecido na cidade e foi o primeiro arqueólogo a escavar o local, que fica a 40 km de distância de Eu.
Sobre a descoberta, os arqueólogos se mostraram empolgados porque é raro encontrar “cápsulas do tempo” de outros arqueólogos, sobretudo do primeiro arqueólogo a escavar um sítio tão importante na França.
Além disso, a mensagem de 200 anos pode entrar para o Guinness como a mensagem na garrafa mais velha já encontrada. Atualmente, a detentora do título é uma mensagem na garrafa de 131 anos, descoberta em 2018.