Arqueólogos acham flechas envenenadas há 54 mil anos em caverna na França
Em um novo estudo sobre métodos de caçadores-coletores, arqueólogos revelaram que europeus usavam flechas envenenadas há mais de 50 mil anos. Se confirmada, a descoberta transformaria o entendimento atual sobre as formas de caça na Idade da Pedra, sugerindo o desenvolvimento de armamentos mais complexos naquele período.
Anteriormente, evidências encontradas na Alemanha apontavam que o uso de flechas envenenadas começou há cerca de 12 mil anos.
No entanto, o novo estudo, na última segunda-feira (16), sugere que as flechas envenenadas surgiram muito antes, embora os autores não consigam cravar uma data precisa devido à rápida desintegração de componentes de madeira, como arcos e hastes.
O que sobrou dessas flechas, encontradas na França, foram apenas vestígios de pontas de pedra. Desse modo, os arqueólogos analisaram as propriedades balísticas de mais de 500 pontas de flechas do período paleolítico de 25 lugares do norte da Europa.
Descoberta em caverna na França
Essas flechas, datadas entre 14.700 e 11.700 anos atrás, serviram para que os arqueólogos fizessem cálculos da área da seção transversal das pontas.
No entanto, durante a coleta de flechas para o estudo, os pesquisadores encontraram evidências que apontam para uma data ainda mais antiga. Os cálculos da área da seção transversal de materiais coletados na Caverna Mandrin, na França, sugerem que os europeus usavam flechas envenenadas há 54 mil anos.
Segundo os resultados, 25% das pedras coletadas pelo estudo eram balisticamente adequadas para criação de flechas envenenadas. Embora a descoberta possa revolucionar o estudo sobre o período paleolítico na Europa, ainda há uma pergunta sem resposta.
Os pesquisadores listaram 58 plantas que poderiam ser úteis para extração de veneno. Contudo, eles não conseguiram identificar as toxinas que os caçadores usavam nas flechas envenenadas.