Apple testa anúncios privados no Safari para evitar que anunciantes saibam tudo sobre você
Os anúncios publicitários sustentam muitos negócios na internet, mas às vezes são chatos demais. Eles começam a te perseguir só de pesquisar um item no Google – depois disso, você vai ver anúncios direcionados em todos os sites. Isso é esquisito e, nesta quarta-feira (22), a Apple anunciou que está trabalhando numa maneira para tornar […]
Os anúncios publicitários sustentam muitos negócios na internet, mas às vezes são chatos demais. Eles começam a te perseguir só de pesquisar um item no Google – depois disso, você vai ver anúncios direcionados em todos os sites.
Isso é esquisito e, nesta quarta-feira (22), a Apple anunciou que está trabalhando numa maneira para tornar a publicidade que você vê durante a navegação no Safari realmente privada.
O novo sistema se chama “Atribuição de Preservação de Privacidade em Clique de Anúncios” e foi projetada para permitir que empresas de anúncios possam rastear quais ações publicitárias são bem sucedidas sem precisar rastear a atividade dos usuários individualmente.
A atribuição de cliques em anúncios funciona tradicionalmente por meio de cookies e “pixels de rastreamento”. Um típico exemplo: você pesquisa por um produto num motor de busca, clica em um anúncio, é levado à loja online de um comerciante e então compra o tal item. O site vendedor irá enviar pixels de rastreamento de volta para o motor de busca com todos os passos que você deu, permitindo que eles saibam exatamente o que você fez em um loja online.
Outros sites que utilizam pixels de rastreamento similares também irão enviar dados aos motores de busca sobre o que você fez enquanto navegava, tendo você clicado em um anúncio ou não. É assim que sites constroem bases de dados detalhadas sobre consumidores individuais, incluindo seus interesses, idade, hábitos e uma estimativa do quanto ganham.
A solução da Apple é tentar interromper todo esse fluxo de informação entre os sites. Cliques genéricos em anúncios seriam armazenados no site que hospeda a peça publicitária, enquanto os anunciantes poderiam combinar as conversões (o número de pessoas que chegaram a concluir uma transação) com um atraso aleatório entre 24 e 48 horas.
Esse atraso seria capaz de prevenir o desenho de perfis individuais ao mesmo tempo que manteria a possibilidade de colher métricas de efetividade de uma campanha ou apontar onde possíveis problemas estão acontecendo no fluxo até a finalização da compra.
No blog, escreveram um exemplo sobre como seria um relatório de anúncios de atribuição privada: “Há 24 ou 48 horas, algum usuário que havia clicado na campanha 55 de exemplo.loja a partir do exemplo.busca, converteu com o dado 20 em exemplo.loja”.
Em português mais claro “em algum momento das últimas 24 ou 48 horas, um usuário que havia clicado na campanha publicitária ‘Brinquedo para Cachorro’ do site ItensParaPet.com pelo Google colocou um item em seu carrinho no site ItensParaPet.com”.
De acordo com o , em nenhum momento um cookie de identificação de usuário seria enviado em um pedido de pixel de rastreamento.
Os anunciantes ficarão felizes com isso? Provavelmente não. Eles ainda poderão ver se suas campanhas são bem sucedidas, mas essa medida previne que eles rastreiem os hábitos de um indivíduo em tempo real. Isso significa que ficaria mais difícil para direcionar anúncios em um site em um determinado horário do dia e em uma região específica.
Essa não é a primeira tentativa da Apple de melhorar a privacidade do Safari. No começo deste ano, a companhia removeu a funcionalidade “Não Rastrear” de seu navegador, já que ela era inefetiva. Durante a WWDC 2018, a companhia anunciou a , que definiu o período de 24 horas para o armazenamento de cookies no Safari. Sem contar que a Apple fez um esforço para se posicionar a favor da privacidade durante a CES deste ano – uma feira que a companhia nem participa.
Neste momento, a nova função está disponível numa versão preview do navegador. A Apple está nos primeiros estágios de como um padrão da web por meio da Web Platform Incubator Community Group (WICG) da W3C, órgão que regula essas questões. [ via ]