A Apple acaba de lançar um totalmente narrados por inteligência artificial. Por enquanto, o recurso só está disponível em inglês para livros de romance e ficção.
Segundo a Apple, as obras são “narradas por voz digital com base em um narrador humano”. Há duas vozes digitais: de Madison e Jackson. Mais duas vozes, de Helena e Mitchell, estão a caminho para livros de não-ficção.
Fontes disseram ao jornal britânico , que primeiro divulgou a história, que a Apple começou a desenvolver o projeto ao longo de 2022 — e manteve tudo sob forte sigilo.
A companhia abordou editoras independentes para potenciais parcerias e tinha a intenção de lançar o projeto os audiobooks com IA já em novembro, mas decidiu adiar por causa do burburinho envolvendo a compra do Twitter por Elon Musk e as crises nas empresas de tecnologia.
Nas negociações, a Apple informou aos autores que lhes daria os royalties sobre as vendas e arcaria com todos os custos de produção. Eles também assinaram acordos de não divulgação, o que demonstra a busca por discrição da companhia.
Possível mudança de mercado
O uso de inteligência artificial para narrar livros pode ser um fator crucial para transformar a forma como empresas de tecnologia veem os audiolivros. Produzir um audiobook com voz humana pode levar semanas e custar milhares de dólares às editoras. A expectativa é que a IA possa reduzir esses valores .
Mas também pode haver prejuízos: as vozes geradas por computador ainda não conseguiram imitar a entonação e pronúncia humanas – que são difíceis de encaixar em uma leitura e replicar.
O mercado de audiobooks está em uma crescente global. Só em 2022, as vendas aumentaram 25%, com arrecadação total de mais de US$ 1,5 bilhão. apontam que o nicho pode superar os US$ 35 bilhões no mundo até 2030.
Justamente por causa do sucesso no mercado, a Apple pode estar de olho em um possível aumento na produção de audiobooks com ajuda da inteligência artificial. Em setembro, o Spotify lançou uma plataforma com mais de 300 mil títulos de livros em áudio.
A Apple, porém, rejeitou a inclusão do app em sua plataforma três vezes. Segundo a companhia, a forma como o Spotify oferece audiolivros viola as regras sobre compras online e comunicação com clientes.