A Apple notificou proprietários de iPhones em 92 países sobre um possível ataque de spyware. A gigante de Cupertino não informou sobre quem são os autores ou a lista detalhada de países afetados. Porém, confirmou em comunicado que o ataque tem relação direta com que as vítimas são ou fazem.
Os spywares são softwares espiões capazes de invadir dispositivos eletrônicos a fim de roubar dados. Em alguns casos, eles tem acesso a microfone e câmera do aparelho sem que os usuários tenham a menor ciência de que estão sendo vigiados ou observados por um terceiro.
Faz parte das diretrizes de segurança e transparência da Apple alertar as possíveis vítimas deste tipo de ataque hacker. Desde 2021, a big tech já notificou centenas de clientes em mais de 150 países sobre ataques deste tipo de programa malicioso.
“As notificações de ameaças da Apple são alertas de alta confiança de que um usuário foi alvo de um ataque de spyware mercenário e devem ser levadas muito a sério”, afirmou a gigante da tecnologia em .
No ano passado, por exemplo, a empresa alertou jornalistas e também políticos de oposição na Índia. Mais tarde, informações reveladas pela organização de direitos humanos, a Anistia Internacional, revelou que o software espião utilizados contra os dissidentes era o Pegasus, desenvolvido e comercializado pela israelense NSO Group.
Aliás, a Índia foi um dos países onde os proprietários de iPhone receberam a notificação de segurança mais recente.
Spyware ameaça opositores
A empresa israelense afirma que vende o programa apenas para governos a fim de combater o terrorismo. No entanto, contratantes dos serviços da empresa utilizam o software para orquestrar ataques contra opositores políticos. Isso inclui como vítimas jornalistas, ativistas e políticos.
Por exemplo, o governo saudita usou o programa Pegasus para espionar o jornalista Jamal Khashoggi, opositor do regime de Mohammed Bin Salman. Ele acabou sendo morto dentro da embaixada da Arábia Saudita na Turquia.
Por esta e outras acusações, os EUA colocaram a empresa em uma lista de restrição interna. O motivo é que o país considera o programa uma ameaça para a segurança nacional.
A Apple reconhece e alerta usuários que esses ataques de spyware são mais sofisticados que outros métodos utilizados por hackers. Isso porque eles podem comprometer a privacidade das vítimas em um nível muito mais profundo.