Este app que identifica flora e fauna quer ser o Pokémon GO da vida real
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Fauna & Flora GO
Sair de casa e procurar imagens de bichinhos com certeza te lembrou de Pokémon GO. Mas antes de criarem o app, o SEEK era o site iNaturalist, como aponta o , que consistia em parte do projeto de mestrado da Universidade Califórnia Berkeley de Nate Agrin, Jessica Kline e Ken-ichi Ueda.
A princípio, o projeto focava apenas em ser uma comunidade online para naturalistas, ecologistas e amantes da natureza registrarem e discutirem observações e imagens feitas em campo, em um parque ou até em seu jardim.Créditos: Asher Elbien
Por exemplo, alguém poderia postar a foto de uma cobra que viu na floresta ou uma outra pessoa poderia postar uma gravação do canto de pássaros – ambos poderiam ser identificados com o auxílio da comunidade. “É uma comunidade de pessoas que ajudam umas as outras a explorar o mundo natural”, disse Scott Loarie, codiretor do site, ao . “E de um ponto de vista científico, vetar dados e garantir que eles estejam corretos”.Inteligência artificial
A tecnologia por trás do SEEK não é necessariamente nova – o app Google Lens, por exemplo, disponível apenas para os dispositivos Pixel, consegue identificar animais, plantas e até comida – mas é a comunidade científica cidadã criada em 2008 a partir do iNaturalist que torna a iniciativa mais interessante.
O site conta com aproximadamente 150 mil espécies registradas, com fotografias na grande maioria dos registros. Foi então que Loarie e a equipe do iNaturalist começaram a se dar conta que uma rede neural poderia ser criada a partir de todas estas informações. Por volta da metade do ano passado, eles começaram a treinar uma inteligência artificial para identificar espécies ao reconhecer imagens, uma ferramenta útil e complementar à função de coleta, armazenamento e identificação que membros do iNaturalist já faziam por conta própria. Agora, diz Loarie, além do comentário de membros humanos, uma inteligência artificial dará seus pitacos sobre cada imagem postada. Atualmente, a inteligência artificial criada pela equipe do site reconhece 30 mil espécies, de acordo com o diretor, sendo a maior cobertura em localidades da América do Norte, pois é nesta região que está a maioria dos usuários do site. Utilizei o aplicativo por aqui, no Brasil, e ele não pode identificar um cacto e uma tartaruga – que, inclusive, não sei dizer a espécie. Mas não deixa de ser um bom incentivo para começar a registrar imagens da flora e fauna da sua região e iniciar discussões no site.Uma salamandra identificada nos EUA e uma tartaruga fotografada no Brasil — o app entendeu se tratar de uma tartaruga, mas não soube dizer a qual espécie ela pertence (Créditos: Asher Elbien/Earther/Gizmodo Brasil)
Explorando
Ao abrir o aplicativo, o SEEK oferece alguns amigáveis alertas: mantenha-se seguro, não invada, não coma nada que encontrar em regiões florestais e não importune animais selvagens – algo que Pokémon GO . Depois, o aplicativo providencia uma lista de organizações presentes nos seus arredores e te encoraja a explorar a região. Ao encontrar algo interessante, tire uma foto – seja de uma planta, um fungo, inseto, animal vertebrado – e espere a inteligência artificial encontrar uma resposta com alguns dados da Wikipedia. Loarie acredita que o aplicativo pode ajudar crianças a se interessar por este tipo de cultura, criando um estilo de vida de curiosidade e interesse e a “vontade de fazer atividades envolvidas na ciência cidadã”, que consiste em sair de casa e fazer observações. Tudo bem que Pokémon já tinha um fandom bem grande quando GO foi lançado, mas o ato de sair de casa e buscar por novos monstrinhos com certeza pode incentivar crianças a utilizar a mesma atividade de uma maneira mais científica. O SEEK está disponível para iOS, você pode baixá-lo . []Imagem de topo: pxhere.com