Após três trimestres consecutivos com queda nas receitas, a Xiaomi, gigante chinesa da tecnologia, começou os primeiros cortes de pessoal em suas fábricas na China. O setor tem passado por uma enorme crise nos últimos meses, agravada por paralisações na produção de dispositivos pelo recente surto de Covid-19 no país.
Nessa medida para equilibrar seus gastos, a empresa chinesa demitiu cerca de 3,5 mil funcionários, mas as projeções para o quarto trimestre seguem preocupantes. Alguns especialistas em mercado apostam que os últimos três meses podem ser bem piores do que as projeções, que já apontavam mais uma queda nas receitas.
A crise é tão grande que, na última semana, três executivos do alto escalão da Xiaomi, incluindo o presidente Wang Xiang, renunciaram. Wang Chuan e Hong Feng, co-fundadores, fecham a lista de executivos seniores que saíram da empresa.
A terceira maior fabricante de celulares do planeta, atrás apenas de Apple e Samsung, teve uma queda de 11% nas vendas de smartphones nos últimos anos, atividade que é a maior fonte de suas receitas, totalizando 60% de todos os lucros da empresa.
Além da crise financeira, a Xiaomi está no centro de um escândalo na Índia. A justiça local congelou US$ 676 milhões por supostas remessas ilegais. Caso a investigação conclua que a empresa chinesa é culpada, ela pode ser banida do país asiático. O caso resultou na renúncia do diretor de negócios em território indiano, Raghu Reddy.