Depois de “Dahmer: Um Canibal Americano”, a segunda temporada da série de antologia “Monster”, de Ryan Murphy, “Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais”, está liderando o global das séries de língua inglesa da Netflix.
Após estrear na última quinta-feira (19), o programa de true crime atingiu 12,3 milhões de visualizações em seu fim de semana de lançamento. Um bom número, embora ainda esteja abaixo de seu antecessor, de 196,2 milhões de horas assistidas, como destacou o Deadline. No entanto, o seriado recebeu repercutiu negativamente entre os envolvidos (assim como Dahmer) e a crítica especializada, com apenas 44% de aprovação no Rotten Tomatoes. Entenda:
Sobre o caso dos irmãos Menendez
A série retrata a vida dos irmãos Lyle e Erik Menendez e o assassinato de seus pais, José e Mary Menéndez. Em 20 de agosto de 1989, as vítimas foram baleadas em sua mansão em Beverly Hills. Os irmãos, que tinham 21 e 18 anos na época, respectivamente, disseram à polícia que encontraram seus pais mortos quando chegaram em casa.
Durante os julgamentos, os acusados alegaram que cometeram os assassinatos em legítima defesa após anos de supostos abusos físicos, emocionais e sexuais. Eles também disseram que temiam que o pai os matasse depois que eles ameaçaram expô-lo. Entretanto, a promotoria argumentou que mataram os pais para herdar seu dinheiro. Além disso, o juiz excluiu evidências de abuso do caso de defesa.
A dupla foi condenada a prisão perpétua por homicídio de primeiro grau e conspiração para homicídio em 1996, sem possibilidade de liberdade condicional. Hoje aos 53 e 56 anos, Erik e Lyle estão presos em San Diego, na Califórnia.
O drama da Netflix apresenta os eventos de diferentes perspectivas enquanto explora a motivação por trás do crime. O streaming ainda irá lançar um documentário sobre o caso, com entrevistas com Erik e Lyle Menendez, em 7 de outubro.
Estrelam a nova temporada de “Monster” os atores Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez, como os dois irmãos, bem como Javier Bardem e Chloe Sevigny, como os pais. A obra é uma criação de Ryan Murphy, diretor, roteirista e produtor de “Glee”, “American Horror Story”, entre outros.
Série recebeu críticas de Erik Menendez
Em uma declaração publicada por sua esposa no X/Twitter, Erik Menendez criticou a produção, dizendo que ela criou uma “caricatura de Lyle enraizada em mentiras horríveis e descaradas”. Ele também disse que Ryan Murphy teve má intenção ao trazer “fatos imprecisos” sobre sua vida.
“É triste para mim saber que o retrato desonesto da Netflix das tragédias que cercam nossos crimes levou as verdades dolorosas vários passos para trás – de volta no tempo para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças de que os homens não eram abusados sexualmente e que os homens vivenciavam o trauma do estupro de forma diferente das mulheres”, escreveu em um trecho.
Ao talk show Entertainment Tonight, Murphy disse que acha “interessante que ele [Erik] tenha feito uma declaração sem ter visto o show”. “O que ele não menciona na citação é que se você assistir ao programa, eu diria que 60-65% do nosso roteiro gira em torno do abuso e do que eles alegam ter acontecido com eles”, continuou.
Contudo, ele destaca a importância de abordar o outro lado do caso. “Havia quatro pessoas envolvidas, duas pessoas estão mortas, e os pais? Tínhamos a obrigação, como contadores de histórias, de também tentar colocar a perspectiva deles com base em nossa pesquisa, o que fizemos”, completou.