Tecnologia
Após caso com X, STF discute sigilo do histórico de pesquisa no Google
Justiça pediu quebra de sigilo de histórico de busca em investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018
Imagem: Pexels/Reprodução
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta semana o julgamento do recurso apresentado pelo Google. É do caso contra decisões judiciais que determinaram a quebra de sigilo do histórico de pesquisa de busca da empresa na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Justiça faz busca por IPs
Assim, a justiça pediu à big tech os IPs de todas as pessoas que fizeram pesquisas relacionadas à vereadora nos quatro dias que antecederam sua execução. A gigante das buscas, se opôs à decisão alegando que o período de tempo era muito longo e que o cumprimento da medida poderia violar os direitos fundamentais de um grande número de pessoas inocentes.Na ocasião, o Google não cumpriu a decisão judicial argumentando que não possuía um histórico de pesquisas nos moldes solicitados pelas autoridades brasileiras.
A análise do caso começou em setembro do ano passado, quando a relatora do caso, a Ministra Rosa Weber considerou que um pedido de quebra de sigilo com potencial de atingir um número indeterminado de pessoas não possui nenhum respaldo na Constituição.
Para a ministra, a decisão viola o direito à privacidade e proteção de dados pessoais. Ela ainda completou dizendo que a quebra de sigilo só seria possível quando há limites pré-estabelecidos. E também indicação de motivo razoável com base em evidências e provas sólidas.
STF retomou caso do Google
Dessa forma, o Ministro Alexandre de Moraes pediu vista para análise do caso, que foi 16. Em seu voto, Moraes divergiu da relatora argumentando que a decisão não atingiria um número indeterminado de pessoas. Isso porque apenas quem fez buscas sobre Marielle Franco seria impactado.
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Ele ainda completou afirmando que a medida era fundamental para o andamento das investigações e seguiu os critérios de “razoabilidade e proporcionalidade”, inclusive sendo endossado pelo Ministério Público.
O Ministro Cristiano Zanin também divergiu de Weber. Mas reconheceu que os direitos de privacidade de pessoas inocentes, portanto não ligadas ao caso, deveriam ser preservados. O Ministro André Mendonça, que seria o próximoa votar, pediu vista para analisar mais a fundo o caso antes de revelar sua posição.