A fase de fenômenos naturais no Chile anda agitada. Depois do buraco gigante, o país assistiu agora ao desprendimento de uma geleira de quase 200 metros de altura na Patagônia, ao extremo sul do território.
A massa de gelo, localizada no Parque Nacional Queulat, começou a cair no último domingo (11). A hipótese é que ela tenha derretido por causa do aumento das temperaturas, uma das principais consequências das mudanças climáticas.
Assista ao momento exato do desabamento
Antes do deslizamento, a região da Patagônia chegou a registrar temperatura de 15ºC. É uma marca bem incomum para a região, que costuma variar entre -2ºC e 5ºC.
A região também enfrentou a aproximação de um “rio atmosférico” – ou seja, uma massa de ar relativamente quente de origem tropical carregada de muita umidade. Quando chegou na topografia andina, formou grandes nuvens de chuva.
Esses dois fenômenos, combinados, podem ter sido a principal causa do deslizamento, o que é até comum nas massas de gelo. Mas o que preocupa é a frequência, como explicou Raúl Cordero, especialista em mudanças climáticas da Universidade de Santiago, .
“Esses eventos são desencadeados por ondas de calor ou eventos intensos de precipitação líquida”, explicou. “As duas coisas estão acontecendo com cada vez mais frequência em todo o planeta, não só no Chile”.
Além da geleira do Chile, outras massas de gelo despencaram nos últimos anos. Em fevereiro do ano passado, mais de 150 pessoas desapareceram depois que uma geleira despencou na região do Himalaia, no norte da Índia. O impacto rompeu uma represa e inundou vilas nos arredores do rio Dhauliganga.