ONU acusa hackers norte-coreanos de roubarem R$ 1,6 bilhão para comprar armas nucleares
Os hackers visaram instituições financeiras globais e casas de câmbio virtuais para adquirir ilegalmente moedas estrangeiras.
Um relatório preliminar da Organização das Noções Unidas divulgado nesta quarta-feira (10) acusa o exército de hackers da Coreia do Norte de ter roubado US$ 316,4 milhões (R$ 1,6 bilhão) em ativos virtuais, principalmente bolsas de criptomoedas, para financiar os programas nucleares e balísticos do país. A investigação tem como base as acusações feitas por um país não identificado que é membro da ONU.
De acordo com o documento, o regime do líder Kim Jong Un conduziu “operações contra instituições financeiras e casas de câmbio virtuais” para pagar por armas e sustentar a economia da Coreia do Norte, além de “produzir material fóssil, manter instalações nucleares e atualizar sua infraestrutura de mísseis balísticos” enquanto continuava “a buscar material e tecnologia para esses programas no exterior. O furto dos milhões de dólares teria acontecido entre 2019 e 2020.
Os hackers visaram instituições financeiras globais e casas de câmbio virtuais para adquirir ilegalmente moedas estrangeiras. O dinheiro então foi usado para apoiar os programas nucleares da Coreia do Norte, que figuram entre os principais investimentos do governo norte-coreano. O diz que, para Kim Jong Un, a aquisição de mais energia nuclear evitaria uma intervenção internacional no país, onde mais de 40% da população está desnutrida e os cidadãos são enviados a campos de trabalhos forçados como punição por pequenas infrações.
O país que fez a denúncia e que se mantém no anonimato não disse especificamente quais tipos de armas ou sistemas teriam sido construídos a partir do suposto hack. Contudo, avaliou que é “altamente provável” que a Coreia do Norte possa montar um dispositivo nuclear em um míssil balístico de qualquer alcance, mas que ainda é incerto dizer se esses mísseis seriam capazes de reentrar na atmosfera terrestre com sucesso.
O relatório é de autoria do Painel de Especialistas na Coreia do Norte da ONU, órgão encarregado de monitorar a aplicação e eficácia das sanções impostas contra o regime de Kim como punição por suas armas nucleares e desenvolvimento de mísseis balísticos. A , que obteve detalhes do documento por meio de uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU, afirma que o relatório tem “informações recebidas de países membros da entidade, de agências de inteligência, da mídia e de pessoas que fugiram do país”.
Nos quatro anos que esteve à frente da presidência, Donald Trump tentou diminuir as tensões com a Coreia do Norte ao conduzir negociações presenciais com Kim Jong Un. No entanto, as conversas não chegaram a lugar algum, uma vez que o regime norte-coreano não desistiu de seu programa nuclear. Ainda não está claro como o presidente recém-eleito, Joe Biden, irá abordar a questão. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden, disse na semana passada que o governo está conduzindo uma revisão de políticas e que ele não “se antecipará a esse estudo” em público.
[, ]