O movimento antivacina está começando a prejudicar na prevenção de doenças de animais domésticos

Estudo do Reino Unido mostra que mitos do movimento antivacina está afetando donos de animais de estimação, como cachorros e gatos.
Cachorro com olhar triste
Getty Images
Uma parece confirmar um dos principais medos de veterinários, sugerindo que a taxa de vacinação de animais domésticos caiu substancialmente nos últimos anos.

Os veterinários têm lembrado desesperadamente todos que as. Mas não estava totalmente claro se os donos realmente estavam se esquivando das vacinas para seus animais de estimação. O novo levantamento foi feito pelo People’s Dispensary for Sick Animals, que é uma das principais clínicas veterinárias de caridade do Reino Unido. Desde 2011, a PDSA conduz uma pesquisa com donos de animais, apelidada de PDSA Animal Wellbeing, ou PAW. O relatório deste ano envolveu pouco mais de 5.000 donos de animais. A maioria destes eram donos de gatos e/ou cachorros. Alguns poucos tinham coelhos também.

Além de perguntas sobre a saúde geral do animal, como a frequência com que passearam com o cachorro, os proprietários são questionados sobre o histórico de vacinação do animal. Em 2016, 84% disseram que seus animais de estimação receberam as doses necessárias quando eram pequenos. Mas em 2018, esse percentual havia caído para 66%, continuando uma tendência vista no ano anterior. Não há evidência direta na pesquisa de que os donos de animais comprem a propaganda divulgada pelo movimento anti-vacinação — não parece que perguntaram às pessoas se elas acham que as vacinas podem causar autismo, por exemplo. As razões mais comumente declaradas para a não vacinação foram: era muito caro ou seus animais de estimação nunca interagiram muito com outros animais (ambos 17%); 10% disseram que simplesmente nunca tiveram oportunidade de fazê-lo. No entanto, existem motivos para se pensar que a histeria sobre vacinas tem culpa nisso. Por um lado, as pessoas não relataram ir ao veterinário ou usar outros serviços de saúde para animais de estimação com menos frequência em 2018 do que nos anos anteriores — eram apenas as vacinas que estavam evitando mais. E alguns proprietários disseram que não consideram as vacinas necessárias (16%).

Os autores da pesquisa da PDSA dizem explicitamente que os mitos e desinformações sobre as vacinas humanas espalhadas nas redes sociais podem estar afetando também os donos de animais de estimação. “Essas mensagens negativas sobre vacinas podem ser projetadas nos animais de estimação de maneiras surpreendentes — por exemplo, o falso vínculo entre as vacinas [sarampo, caxumba e rubéola] e o autismo também foi aplicado a vacinas de animais por céticos, apesar de que há vários materiais desbancando essas afirmações e pelo fato de não haver registros de autismo em animais”, escreveram os autores.

Pelo menos no Reino unido, níveis mais baixos de vacinação para animais de estimação parecem acompanhar as reduções relatadas nas taxas de vacinação infantil. E esse declínio na vacinação é, pelo menos em parte, o culpado pelo país ter perdido seu status de estar livre do sarampo no mês passado. No Brasil, rolou a mesma coisa.

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