Antigo Egito foi um berço de cobras venenosas e mortais, diz estudo
A descoberta foi publicada em um estudo na revista . O exótico Papiro de Brooklyn, com mais de 2,5 mil anos, descreveu 36 tipos de serpentes peçonhentas que eram conhecidas pelos antigos egípcios.
O papiro também associa divindades a essas cobras, sugerindo um significado espiritual. O estudo, liderado por pesquisadores da Bangor University, no Reino Unido, levanta ainda a hipótese de que o Papiro de Brooklyn, datado entre 660 a.C. e 330 a.C., poderia ser ainda mais antigo. O Papiro seria uma cópia de um documento muito mais antigo.
Mudanças no ecossistema
O antigo Egito abrigava uma diversidade de cobras que não são mais encontradas na região devido às mudanças climáticas ao longo dos milênios. Dessa forma, essa descoberta foi feita utilizando uma técnica estatística que reconstrói as condições ambientais propícias para a sobrevivência de determinadas espécies.Assim, essa pesquisa sugere que nove das dez espécies estudadas poderiam ter coexistido no antigo Egito. Algumas possivelmente habitando o moderno norte do Sudão e a costa do Mar Vermelho.
A cobra de quatro presas
Entre as cobras descritas, uma espécie se destacou: a chamada de “grande cobra de Apófis”. Ela é associada ao deus que personificava o caos na mitologia egípcia. Além disso, esta cobra, curiosamente, possuía quatro presas, uma característica rara e enigmática não observada nas cobras modernas.A cobra moderna mais próxima, que muitas vezes tem quatro presas, é a boomslang (Disopholidus typus), ela agora é encontrada apenas a mais de 650 km ao sul do atual Egito. Assim, seu veneno pode fazer a vítima sangrar por todos os orifícios e causar uma hemorragia cerebral letal.