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Anatel já prepara caminho para o 6G no Brasil; veja qual a novidade

Anatel propôs faixa dividida entre 6G e Wi-Fi; mudança é importante para implementar as futuras gerações da rede móvel no Brasil

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O Brasil está dando os primeiros passos em direção à conexão 6G. Nesta terça-feira (8), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciou que estuda dividir a faixa de 6 GHz entre a telefonia móvel e o Wi-Fi. A proposta está prevista no PDFF (Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequências).

A mudança é importante para implementar as futuras gerações da rede móvel no Brasil e irá para a avaliação dos conselheiros da agência. Vinícius Caram, superintendente de outorgas e serviços à prestação da autarquia, anunciou a novidade em um painel na Futurecom, em São Paulo.

A principal novidade do 6G no Brasil

Hoje, a faixa de 6 GHz dedica seus 1.200 MHz para uso não licenciado pelo Wi-Fi no Brasil. Ou seja, disponível para uso público sem necessidade de licença emitida por autoridades do país. Agora, ela deve ceder 700 MHz para a rede celular a fim de atender à demanda futura da sexta geração de telefonia celular, o 6G, a partir de 2029 ou 2030. Enquanto isso, o uso não licenciado servirá para redes Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7.

Confira a repercussão

No entanto, Mauro Wajnberg, presidente da Abrasat (Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite) alerta para o risco de interferências nos serviços de comunicação via satélite ao dividir a faixa. “O satélite é um serviço menos tangível, porque as pessoas não o veem. Mas o Brasil não funciona sem”, declarou.

Caram, por sua vez, garantiu a adoção de precauções para proteger as operações de satélite. Além disso, ele destacou que a maioria dos países, incluindo os da Europa e Ásia, planejam dividir o espectro entre os serviços móveis e o Wi-Fi.

“O 6G vai precisar de 6 GHz. É mais fácil encontrar outra faixa para o Wi-Fi do que para o 6G”, opinou Caram (via Mobile Time. O superintendente explicou ainda que serão necessários quatro canais com aproximadamente 200 MHz cada para atender às necessidades das operadoras móveis no 6G.

De acordo com Eduardo Neger, diretor da Abranet (Associação Brasileira de Internet), argumentou que o Wi-Fi trabalha com 320 MHz por portadora. Portanto, em 500 MHz caberia apenas uma portadora, podendo causar interferência entre diferentes pontos de acesso. “O ideal seria termos três portadoras de 320 MHz cada”, defendeu.

Por fim, ele criticou a baixa potência autorizada para o Wi-Fi em 6 GHz, que prejudica o desempenho da rede em ambientes com grande densidade de conexões, como shoppings, por exemplo. E lembrou que a Apple pretende incluir o Wi-Fi 7 em seus dispositivos, aumentando a escala do padrão.

Em resposta, Caram afirmou que a proposta ainda não definiu as condições de uso da faixa. O superintendente sugeriu a possibilidade de o uso não licenciado continuar liberado para a faixa de 6 GHz inteira, desde que não interfira no SMP.

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