Análise do DNA de humanos antigos revela a evolução das pandemias
Seis décadas atrás, cientistas encontraram restos de ossadas de 10 neandertais em uma caverna no norte do Iraque. Na época, fazer a análise das amostras não era tarefa fácil, podendo demorar até seis meses para obter resultados.
A ciência evoluiu. Hoje, peças achadas no sítio arqueológico de Shanidar, como ficou conhecido, podem ser investigadas em tempo recorde, com seus genomas sendo sequenciados e vindo a público. É o que cientistas pretendem fazer com Shanidar Z, o esqueleto mais recente desenterrado no local.
Muitos estudos do passado foram feitos utilizando DNA mitocondrial, material genético passado de mãe para filho. Mas os avanços recentes permitem também que os cientistas usem o DNA do cromossomo Y (ligado ao sexo masculino), que costuma ser mais difícil de ler. Isso permitirá aos pesquisadores uma visão mais precisa das mudanças genéticas ao longo do tempo.
Dessa forma, será possível não apenas traçar rotas migratórias do passado como também estudar o início e a evolução de pandemias antigas. Como , recentemente, os cientistas identificaram o marco zero da peste negra. Isso foi possível graças à análise de DNA retirado de vítimas da doença enterradas no Quirguistão.
Tal análise sugere ainda que os patógenos do passado têm ligações genéticas com a maioria das cepas da peste existentes hoje. Além disso, indica a capacidade dos vírus de se espalhar pelo mundo a partir de locais remotos, muitas vezes saltando de animais para humanos.
Basicamente, os cientistas poderão encontrar traços genéticos que possam ter sido vantajosos para os humanos durante epidemias e pandemias do passado, estudando como elas evoluíram. Consequentemente, os achados devem refletir na maneira como gerenciamos surtos do presente.