Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha, analisou os efeitos das mudanças nos regimes de chuva na Amazônia. De acordo com os cientistas, a floresta está perdendo suas “reservas de umidade”, o que pode resultar em secas severas a partir da metade do século.
Pense que tanto o solo quanto as plantas da floresta absorvem a água da chuva. Ao mesmo tempo, são esses elementos que liberam novamente a água por meio da evaporação e transpiração. A reciclagem da umidade é responsável pela manutenção do clima na Amazônia, permitindo as chuvas.
Ao mesmo tempo, é necessário ter uma boa quantidade de água inicial no sistema para permitir o ciclo. Porém, as mudanças climáticas estão diminuindo a oferta – e aí que entra o perigo anunciado pelos cientistas.
De acordo com o estudo publicado na revista , as regiões sudeste e sudoeste da floresta, já abertas para a pastagem e plantação de soja, serão as mais afetadas. Mesmo assim, isso não significa que o resto da Amazônia está imune: para cada três árvores que morrem devido a seca na floresta amazônica, uma quarta árvore – embora não diretamente afetada – também morrerá.
Quando falta chuva em uma região, a reciclagem d’água diminui, prejudicando o regime hídrico de áreas vizinhas. Períodos extremamente secos, como aqueles registrados em 2005 e 2010, devem se tornar comuns a partir de 2050. Depois disso, é esperado que o evento extremo se repita em pelo menos nove anos até 2060.
De acordo com Ricarda Winkelmann, uma das autoras do estudo, “ainda há muito que podemos fazer para tentar estabilizar a Amazônia, pois preservar a floresta e seus serviços ecológicos é de extrema importância para a estabilidade climática local, regional e global”.
Em , a cientista falou sobre a importância de proteger a Amazônia da extração de madeira. Além disso, reforçou a necessidade de reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa, limitando o aquecimento global.