Ciência
Alimentos ultraprocessados não são mais gostosos, mostra estudo
Segundo experimento, os ultraprocessados não são mais apreciados ou desejados do que os alimentos processados ou não processados
Imagem: Cecília Bastos/USP
Os alimentos ultraprocessados não tem sabor mais atraente do que os alimentos menos processados, descobriu uma nova pesquisa da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
A pesquisa comparou a percepção do sabor de alimentos menos processados com alimentos ultraprocessados (AUPs, na sigla em inglês). Ela descobriu que os participantes não consideravam os AUPs um sabor mais agradável do que os alimentos menos processados. A revista publicou as descobertas.
O professor Peter Rogers, principal autor do estudo, comentou que os resultados foram surpreendentes. “Nossos resultados desafiam a suposição de que os alimentos ultraprocessados são ‘hiperpalatáveis’, e parece estranho que isso não tenha sido testado diretamente antes”, .
Os cientistas sugeriram a teoria de que os humanos são programados para aprender a gostar de alimentos com quantidades mais iguais de carboidratos e gordura, e menores quantidades de fibras. Isso seria porque esses alimentos saciam menos por caloria.
Entenda o estudo sobre ultraprocessados
O Grupo de Nutrição e Comportamento de Bristol liderou o estudo. O grupo quis testar as suposições comuns de que a densidade energética dos alimentos (calorias por grama), o nível de processamento e a proporção de carboidratos para gordura são fatores-chave que influenciam na percepção de quão gostoso ou não é um alimento.
O experimento envolveu 224 voluntários adultos. Os cientistas apresentaram aos participantes imagens coloridas de 24 a 32 alimentos. As comidas tinham variadas calorias por grama, nível de processamento (incluindo ultraprocessados) e proporção de carboidratos para gordura.
Entre os alimentos estavam abacate, uva, castanha de caju, camarão rei, azeitonas, muffin de mirtilo, pão crocante, linguiça de calabresa e sorvete.
Posteriormente, os pesquisadores solicitaram aos participantes para avaliar os alimentos quanto ao sabor agradável (gosto), desejo de comer, doçura e salgado. Tudo isso enquanto imaginavam saboreá-los.
Além disso, ao contrário do que se imaginava, o estudo mostrou resultados curiosos. Em média, os participantes não apreciaram ou desejaram mais os ultraprocessados do que os alimentos processados ou não processados.