Um alemão de 62 anos foi indiciado por fraude por um motivo curioso: evidências apontam que o homem tomou 130 vacinas contra a Covid-19 em um período de nove meses — ou uma dose a cada dois dias, aproximadamente.
Quando interrogado, ele alegou que, na verdade, recebeu 217 doses, e que fez isso por “razões pessoais”.
Cientistas viram o caso no jornal e ficaram curiosos sobre os possíveis efeitos colaterais desse exagero, uma vez que a quantidade de doses relatada pelo alemão está muito acima do que é recomendado por especialistas. O resultado foi publicado na revista científica .
“Conhecemos o caso por meio de artigos de jornal. Então, entramos em contato com ele e o convidamos para fazer vários testes… Ele estava muito interessado em fazê-lo”, disse Kilian Schober, um dos autores do estudo, em um comunicado.
Os efeitos no organismo do alemão ultravacinado
No estudo, os cientistas analisaram os possíveis danos ao sistema imunológico do alemão “hipervacinado”. Eles examinaram amostras de sangue, tanto atuais quanto as antigas, que estavam congeladas em laboratórios e foram fornecidas pelo homem.
Em geral, as vacinas criam células de memória para que, caso o organismo seja atacado por um agente infeccioso, ele consiga reconhecer e saiba como combatê-lo. Dessa forma, os cientistas esperavam que as células de defesa do alemão estivessem fatigadas, o que poderia enfraquecer o sistema imunológico.
Contudo, descobriram que o alemão hipervacinado tinha mais células T que pessoas que receberam o padrão de doses da vacina da Covid. Além disso, notaram que mesmo na 217ª dose, a vacina ainda cumpriu seu efeito e aumentou a quantidade de anticorpos contra o coronavírus.
Ser um hipervacinado é contraindicado pela ciência
Mesmo sem identificar efeitos colaterais graves neste caso em específico, os cientistas alertam que é necessário seguir as orientações de autoridades em saúde sobre a vacinação.
Em comunicado, eles destacaram que “não endossam a hipervacinação como uma estratégia para melhorar a imunidade adaptativa”. Por fim, o alemão não contraiu o vírus. Contudo, os cientistas afirmam que não há relação de causa e consequência entre o excesso de doses da vacina e este fato.