Assim como o Brasil, Alemanha quer proteger internet local após espionagem

Após o escândalo da espionagem americana, o Brasil respondeu com planos para blindar a internet nacional. A Alemanha planeja fazer algo semelhante: a Deutsche Telekom, maior operadora do país, declarou que quer criar uma internet nacional, para proteger a Alemanha de futuras violações de privacidade. Esta semana, surgiram suspeitas de que Angela Merkel, a chanceler […]

Após o escândalo da espionagem americana, o Brasil respondeu com planos para blindar a internet nacional. A Alemanha planeja fazer algo semelhante: a Deutsche Telekom, maior operadora do país, declarou que quer criar uma internet nacional, para proteger a Alemanha de futuras violações de privacidade.

Esta semana, surgiram suspeitas de que Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, teria sido espionada pela NSA (Agência Nacional de Segurança). Ela falou diretamente com Barack Obama na quarta-feira ; segundo a revista Der Spiegel, a agência monitorava o celular de Merkel.

Pior: segundo o Guardian, a NSA , cujos nomes não foram revelados. Um documento vazado por Edward Snowden diz que “a agência monitora rotineiramente os números de telefone de líderes mundiais”. Os EUA insistem que o celular de Merkel não foi espionado. “O presidente assegurou à chanceler que os EUA não estão monitorando e não vão monitorar as comunicações da chanceler”, disse um porta-voz da Casa Branca. Mas isso não foi o bastante: isso quebrou a confiança. Agora, a Deutsche Telekom está reunindo outras empresas alemãs de comunicação para proteger a internet local da espionagem externa, .

Obviamente, essa é uma meta bastante ousada, e incrivelmente complicada de realizar. Sites como Facebook e Google ficam hospedados em servidores fora do país, por exemplo. Eles seriam banidos da Alemanha? Ou eles exigiriam data centers nacionais, como o Brasil quer fazer? Também há uma preocupação maior: criar uma rede específica para cada país vai totalmente na contramão do que a internet representa. Isso abre um precedente preocupante, e poderia dar início a uma balcanização da internet.

Brasilnet

Enquanto a Alemanha ainda começa a esboçar uma reação, o Brasil já tem diversos projetos para tentar evitar os olhos curiosos dos EUA. Afinal, foram muitas revelações nos últimos meses. De acordo com reportagens de Glenn Greenwald, o Brasil é alvo prioritário da espionagem americana, tanto por telefone como pela internet. Documentos mostram que a presidente Dilma Rousseff é um alvo direto da NSA. A Petrobras também foi espionada.

Dilma quer a aprovação do Marco Civil da internet, que obrigará empresas como Facebook e Google a manter, em data center no Brasil, uma cópia dos dados pessoais de usuários brasileiros. Ela também promete levar à ONU uma proposta de um Marco Civil Internacional.

Como a maioria do tráfego no Brasil passa pelos EUA, Dilma planeja implementar um cabo submarino que liga a América do Sul diretamente à Europa. Além disso, o governo quer aumentar o número de PTTs (pontos de troca de tráfego), que permitem a interconexão direta entre as redes que compõem a internet brasileira.

Ainda há a proposta de criar o Mensageria Digital, e-mail criptografado dos Correios que deve estrear em 2014. (Ele tem certos problemas.) O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, prometeu que será obrigatório a todos os órgãos do governo usar o e-mail criptografado criado pelo Serpro. Documentos revelaram que os EUA espionam o e-mail do governo brasileiro há anos.

Resta ver se a Alemanha consegue transformar sua reação inicial em um conjunto completo de propostas, como o Brasil já fez. Também torcemos que isso não prejudique o funcionamento da internet para os usuários – nem todas as medidas para combater a espionagem são uma boa ideia. []

Imagem por /Flickr

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas

카지노사이트 온라인바카라 카지노사이트