Telescópio Kepler enfim dá adeus, depois de mais de nove anos de missão
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Apesar de um defeito no sistema de direção e dos baixos níveis de combustível, a espaçonave de US$ 600 milhões permaneceu em ação por nove anos, fazendo 19 campanhas de observação — muito mais tempo do que sua missão prevista inicialmente, que duraria quatro anos. De acordo com o , o Kepler agora está esperando um comando nas próximas duas semanas para desativar seu transmissor e outros instrumentos. Depois disso, ele irá silenciosamente se deslocar em uma órbita segura em torno da Terra (a uma distância de , embora essa distância deva aumentar ao longo do tempo).
Os cientistas da missão chegaram a se preocupar que a espaçonave pudesse ter ficado irreparavelmente ineficaz depois de um problema no sistema de direção em 2012, embora eles tenham, por fim, encontrado uma em 2013, usando a pressão gerada pelos raios do Sol para compensar uma roda de reação falha, mirando-a em alvos de observação. Essa solução não restaurou a funcionalidade completa — o Kepler acabava conseguindo se direcionar por cerca de —, mas possibilitou o começo de outra fase de operações. O telescópio também passou por problemas com um de seus propulsores por volta da época em que começou sua 19ª campanha de observação no fim de agosto deste ano e entrou em modo de hibernação, embora a NASA tenha conseguido trazê-lo de volta a serviço em setembro.“Agora, por causa do Kepler, o que pensamos sobre o universo mudou”, disse o diretor da divisão de astrofísica da NASA, Paul Hertz, em entrevista ao Verge. “O Kepler abriu o portão para a exploração do cosmos.”
O sucessor do telescópio, o muito mais potente Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), foi lançado em abril deste ano a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX, e foi projetado para descobrir mais de . Em algum momento, o TESS ganhará a companhia do telescópio espacial James Webb, que, apesar de estar, deve ser lançado em 2021. Adeus, Kepler. E, embora você possa estar se encaminhando para uma escuridão a milhões de quilômetros de seu mundo natal, você mostrou que o cosmos pode não ser tão solitário, e suas contribuições não serão esquecidas. E vai saber… Talvez, um dia, alguém vá te buscar. []Imagem do topo: NASA (AP)