Você com certeza já ouviu falar nos últimos tempos sobre o James Webb. O novo telescópio da NASA fez história ao capturar a foto mais profunda do Universo, que dará aos cientistas dados sobre o nascimento das primeiras estrelas e galáxias, mais de 13 bilhões de anos atrás.
O nome, no entanto, não remete apenas ao maquinário astronômico. James Webb foi também um ex-administrador da NASA, que atuou na agência espacial entre 1961 e 1968, e participou do programa Apollo, responsável por pousar humanos na Lua em décadas passadas.’
Há um grande problema, porém, nessa história: , carrega diversas acusações de crime de homofobia. Por conta disso, a comunidade científica pede desde 2021 pela renomeação do telescópio, mas segue sendo ignorada pelos responsáveis.
Para entender a história, é preciso voltar à época em que ocorreu o “Pânico Lavanda” –operação que perseguiu funcionários públicos LGBTQIA+, considerados um perigo à nação. Neste período, Webb atuava como como subsecretário de Estado do presidente Harry S. Truman, cargo que ocupou de 1949 a 1952, e parece ter participado de discussões que deram origem a essa política.
Mas seu envolvimento foi além. Em 1963, quando Webb já estava na NASA, o funcionário Clifford Norton foi demitido após acusações de “conduta imoral, indecente e vergonhosa”. O homem chegou a ser interrogado por suspeita de homossexualidade.
Bill Nelson, atual diretor de administração da NASA, disse em setembro do ano passado que não havia provas suficientes que justificassem a mudança do nome do telescópio. Porém, em março deste ano, a revista Nature teve acesso a 400 páginas de documentos que mostram as discriminações impostas pela agência espacial sob o poder de Webb.
Cientistas e astrônomos amadores seguem nas redes sociais com a campanha #RenameJWST. Enquanto isso, a NASA segue em silêncio.