6 cientistas negras que viraram referência no Brasil

Da primeira engenheira negra a pesquisadoras da nova geração, elas são as mentes brilhantes da ciência brasileira
É celebrado neste 20 de novembro o Dia Nacional da Consciência Negra. É importante usar o data para promover reflexões sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, levantando questões sobre racismo, discriminação, igualdade social e a cultura afro-brasileira.

A busca pelo reconhecimento de pessoas negras na ciência —e em muitas outras áreas— ao longo do tempo também faz parte dessa luta, já que elas são frequentemente apagadas dos livros de história e, por consequência, do conhecimento popular.

A desconsideração e o silêncio sobre os negros na ciência e na tecnologia é tão visível quanto um oceano à luz do dia. Números e também registros fotográficos de formatura, por exemplo, mostram que o espaço acadêmico ainda é menos ocupado por pessoas negras e, as que alcançam esse espaço, só conseguem com muito esforço e resistência.

Elas viraram referência

Diante deste cenário adverso, o Gizmodo Brasil elaborou uma lista com seis cientistas negras cujo talento  e sucesso que fizeram e fazem parte da nossa história e que servem de inspiração num país que tem muito a evoluir nesta questão.

1) Enedina Alves, a 1ª engenheira negra

Se é para falar de história, comecemos do princípio com a engenharia civil, Enedina Alves Marques, uma pioneira engenheira brasileira. Se formou em Engenharia Civil em 1945 pela Universidade Federal do Paraná, entrando para a história como a primeira mulher a se formar em engenharia no estado e a primeira engenheira negra do Brasil. Após uma carreira sólida, se aposentou em 1962 reconhecida como uma grande engenheira. Eneida Alves Marques morreu em 1981, aos 68 anos, deixando não somente um importante legado para a engenharia brasileira, mas também para a cultura negra e a luta por um país mais justo, igualitário e menos racista.

2) Sonia Guimarães, 1ª negra a dar aula no ITA

Sonia Guimarães é uma pioneira na física brasileira. É professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e a primeira mulher negra brasileira doutora em Física e primeira mulher negra brasileira a lecionar no ITA. Tendo ingressado lá em 1993, quando a instituição ainda não aceitava mulheres como estudantes.

3) Simone Maia Evaristo, destaque na biologia

Simone Maia Evaristo é especialista em biologia e citotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É presidente da Associação Nacional de Citotecnologia (Anacito). Também atua na área de ensino técnico do Instituto Nacional do Câncer (INCA), além de ser um dos grandes nomes de referência da área aqui no Brasil.

4) Jaqueline Goes de Jesus, sequenciou o genoma do coronavírus

Apesar de manter excelência no trabalho há muito tempo, Jaqueline Goes de Jesus ganhou notoriedade mundial —mais que merecida— apenas em 2020 quando sequenciou o primeiro genoma do vírus SARS-CoV-2, ao lado de outra cientista brasileira, Ester Sabino. Apenas 48 horas foram necessárias para que um estudo, liderado por Jaqueline e Ester, fosse capaz de sequenciar o genoma do coronavírus no Brasil. A rapidez dos resultados, realizado pelo Instituto de Medicina Tropical da USP em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e a Universidade de Oxford, chamou a atenção do Brasil e do mundo.

5) Luiza Bairros, histórica cientista social

Luiza Bairros foi uma das vozes mais respeitadas no combate à discriminação racial no Brasil e compôs o Movimento Negro Unificado (MNU). A ativista negra foi ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) durante o segundo governo Dilma Rousseff (PT). Luiza era mestre em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em sociologia pela Michigan State University (EUA). Luiza Barros morreu em 2016, vítima de câncer.

6) Viviane dos Santos Barbosa, notoriedade no combate à poluição

Viviane dos Santos Barbosa é uma pesquisadora baiana que ficou famosa por desenvolver um produto catalisador que reduz emissão de gases poluentes. Nos anos 1990, Viviane foi para a Holanda estudar engenharia química e bioquímica na Delft University of Technology. Lá, desenvolveu uma pesquisa com catalisadores através de uma mistura de paládio e platina. Seu trabalho foi tão incrível, que recebeu a premiação máxima, entre outros 800 trabalhos, em 2010, na International Aeorol Conference, uma conferência que reúne cientistas do mundo inteiro.  

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