Nadando devagar e livre pelas águas azul-turquesa do mar do Caribe… É assim que vive um tubarão raro que tem aproximadamente 518 anos. Como comparação, o Brasil foi descoberto em 1500 e tem 523 anos. O animal surgiu nas proximidades de Belize, país da América Central, onde foi avistado por cientistas.
De modo geral, a espécie Somniosus microcephalus vive 400 anos, em média. Isso, por si só, já demonstra como esses tubarões podem ser longevos. Entre os animais terrestres, o que tem maior expectativa de vida é a tartaruga-gigante, mas um representante comum não passa dos 200 anos.
Dessa forma, o encontrado não só supera a média de idade de sua própria espécie, como ultrapassa qualquer outro animal do mundo, batendo o recorde como o mais velho.
Como é o tubarão-da-Groenlândia
Além da idade, há outros aspectos bastante marcantes deste tubarão: ele é grande, lento e discreto.
Seu tamanho pode chegar a 6,4 metros, enquanto seu peso pode atingir aproximadamente mil quilos. Dessa forma, a espécie é quase da mesma estatura que o gigante tubarão branco.
A tradução de seu nome científico significa ‘sonolento de cabeça pequena’, uma forma de indicar seu modus operandi, que é nadar bem devagar. Mas não pense que pelo tamanho e falta de agilidade o tubarão-da-Groenlândia é fácil de achar.
Ele vive em águas extremamente profundas e frias, que variam de -1 a 10°C. Por isso, são a única espécie de tubarão que consegue suportar as condições climáticas do Ártico durante o ano todo.
Mas eles não vivem exclusivamente nas águas do norte, como o nome popular sugere. De tempos em tempos, migram para áreas mais frias, sempre de acordo com a estação.
Dessa forma, cientistas têm dificuldade em estudá-lo – a primeira imagem da espécie só aconteceu em 1995. Depois disso, foram necessários mais 18 anos de pesquisa para registrá-los em seu habitat natural.
Carne tóxica
O tubarão-da-Groenlândia costuma ser pacífica, portanto não há registros de que ataques a seres humanos. Na verdade, ele sabe como manter as pessoas distantes: sua carne é tóxica e, quando ingerida, faz com que animais e humanos pareçam estar bêbados.
Isso acontece pela presença de óxido de trimetilamina (TMAO) em seus tecidos, que são substâncias neurotóxicas e incapacitantes a quem come.