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25% dos cientistas são autistas e arquitetos querem criar laboratórios inclusivos

No Reino Unido, o número de cientistas autistas é 25 vezes maior que a média de pessoas no espectro; confira detalhes do estudo

Pesquisa revela que 25% dos cientistas são autistas, fazendo com que arquitetos pensem na criação de laboratórios mais inclusivos

Cerca de metade dos cientistas e pessoas que trabalham em laboratórios se identificam como neurodivergentes, com 25% afirmando serem autistas, de acordo com um novo estudo.

Com a neurodivergência, vem a necessidade de adaptar os espaços para melhorar a inclusão, mas, conforme o estudo, o design arquitetônico dos laboratórios pode inibir os neurodivergentes. Publicado em setembro, o estudo foi pela empresa ARC, que desenvolve espaços de laboratórios, em parceria com o escritório de arquitetura HOK e a Universidade do Oeste da Escócia.

O objetivo era descobrir como os espaços de laboratório acolhem pessoas neurodivergentes, mas o estudo foi além, descobrindo que o número de cientistas e funcionários autistas superam a média global. No Reino Unido, o número de cientistas autistas é 25 vezes maior que a média de pessoas no espectro.

Dos 241 participantes da pesquisa fornecendo dados confiáveis, como laudos médicos, 48,1% se identificaram como neurodivergentes, enquanto 19,5% disseram não ter certeza e 29,9% se identificaram como neurotípicos.

Dos 48,1% cientistas ou pessoas neurodivergentes que trabalham em laboratórios, 25,5% são autistas (9% com comorbidades), 18,6% têm TDAH e 20,6% possuem dislexia. 35,4% entraram no grupo de comorbidade, que são indivíduos com duas ou mais condições neurodivergentes, como autismo e TDAH, ou TDAH e dislexia.

Projeto para criar laboratórios inclusivos para cientistas neurodivergentes

Indivíduos neurodivergentes são particularmente sensíveis a elementos auditivos, visuais e táteis, causando distrações sensoriais que geram interrupções cognitivas.

Desse modo, a pesquisa descobriu haver uma grande necessidade de criar espaços científicos que analisam e repensam, de maneira holística, elementos auditivos, visuais e táteis. A intenção dos arquitetos é identificar e eliminar fontes de disrupção e desinteresse, desenvolvendo um projeto de design mais inclusivo para laboratórios.
O projeto desenvolvido por arquitetos para criar espaços inclusivos em laboratórios. Imagem: HOC/Divulgação
Composto por um conjunto de princípios e ideias de pesquisadores, arquitetos e designers, o projeto visa tornar laboratórios mais confortáveis para todas as pessoas. No entanto, o foco é reduzir os impactos em pessoas neurodivergentes. Portanto, entre as soluções dos arquitetos, estão laboratórios que incluam biofilia, controles de som e audição para tarefas específicas. Para grupos específicos, como autistas e TDAH, é essencial a redução do ruído visual, móveis ergonomicamente ajustáveis e opções de espaços de trabalho.

AstraZenenca terá um dos primeiros laboratórios inclusivos

Aliás, muitas dessas ideias serão incluídas no laboratório que o HOK desenvolve para a AstraZeneca, a gigante farmacêutica que criou algumas das vacinas para Covid.

No entanto, as mudanças não são muito caras, de acordo com Kay Sargent, diretora de design de interiores da firma. Segundo a arquiteta, “toques” conscientes podem otimizar significativamente a produtividade.

Com 48% dos cientistas neurodivergentes, sendo 25% autistas – superando a média global – os arquitetos correm para não perder mentes brilhantes devido aos laboratórios com designs ultrapassados e sem diversidade.

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