1ª missão da NASA para Júpiter completa 50 anos; lembre como foi

A Pioneer 10 foi lançada em março de 1972. A missão foi a primeira a adentrar Júpiter e viajar além do Sistema Solar.
Missão Júpiter
Imagem: Planet Volumes/Unsplash/Reprodução

Neste mês, comemora-se 50 anos do lançamento da Pioneer 10, a primeira missão da NASA a adentrar Júpiter. A sonda foi também a primeira a funcionar à base de energia nuclear e a viajar além do Sistema Solar. 

O lançamento ocorreu no dia 2 de março de 1972. A viagem até o planeta gasoso não seria tão simples. Antes de tudo, a Pioneer 10 teria que passar pelo cinturão de asteroides localizados entre as órbitas de Marte e Júpiter.

A missão entrou no cinturão em 15 de julho daquele ano, passando por ele com maestria. Mesmo atingida por asteroides, os estragos foram menores do que o esperado, e em fevereiro de 1973 a Pioneer 10 já estava fora do caminho conturbado. 

Mas ainda havia uma longa estrada a ser percorrida. Foi só no final de novembro que os cientistas detectaram uma diminuição do vento solar e um aumento de cem vezes na temperatura do ambiente. A Pioneer 10 estava dentro da magnetosfera de Júpiter. 

De acordo com a NASA, a maior aproximação entre a sonda e o planeta ocorreu no dia 4 de dezembro. Na data, a Pioneer 10 sobrevoou o local a uma distância de quilômetros, com uma velocidade aproximada de 126 mil quilômetros por hora.

Mais de 500 imagens capturadas do planeta foram transmitidas de volta à Terra. Na época, o tempo de comando e retorno era de até 92 minutos –as coisas ocorriam praticamente em tempo real.

A sonda seguiu seu caminho. No dia 13 de junho de 1983, a Pioneer 10 cruzou a órbita de Netuno, tornando-se o primeiro objeto feito pelo homem a ir além do nosso Sistema Solar. 

A missão deveria ter durado apenas 21 meses, mas a NASA conseguiu manter contato com a sonda por 30 anos. Foi só em 23 de janeiro de 2003 que a Pioneer 10 enviou seu último sinal à Terra. Na época, ela estava a 12,23 bilhões de quilômetros de distância, com o sinal demorando 11 horas e 20 minutos para chegar. 

Vale lembrar que a sonda foi a primeira a utilizar energia nuclear para cumprir sua missão, já que sua rota não permitiria o abastecimento solar. Na época, ninguém considerou o estrago que poderia ocorrer caso o lançamento falhasse e a Pioneer 10 caísse de volta à Terra. 

O programa Voyager, iniciado em 1977 com o objetivo de explorar Júpiter e Saturno, pôde colher frutos da missão Pioneer 10. Afinal, os cientistas puderam ver o comportamento da sonda dentro de um cinturão de asteroides, como o ambiente do planeta afetaria a missão, entre outros fatores. 

Durante a Pioneer 10, os pesquisadores pensaram além. Ela possui uma placa metálica com diagramas de um homem e de uma mulher, além do Sistema Solar e sua localização. A ideia é dar informações sobre nós para outras formas de vida inteligente, caso elas encontrem a sonda. Quem sabe a missão não nos renda futuras visitas.

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Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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