123milhas faz pedido de recuperação judicial; dívida está batendo em R$ 2 bi

Pedido de recuperação judicial vem após demissões em massa. Crise na 123milhas é reflexo da pandemia de Covid
123milhas faz pedido de recuperação judicial; dívida está batendo em R$ 2 bi
Imagem: Unsplash/Reprodução

Com uma dívida estimada em aproximadamente R$ 2 bilhões, a 123milhas entrou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A companhia também solicita a suspensão de ações movidas por credores de todo o país por até 180 dias.

A empresa alega que projetava uma queda nos preços de passagens de avião no pós-Covid, cenário este que não se tornou realidade. Contudo, o que aconteceu na realidade foi um aumento significativo nos valores, o que, de acordo com a 123milhas, impossibilitou o cumprimento de todos os compromissos que tinha com seus clientes.

A petição ainda cita alguns outros fatores que motivaram a crise. Entre elas, a exigência de mais milhas para troca por passagens aéreas, o aumento da taxa de juros para antecipação de recebíveis e a queda significativa nas vendas após a suspensão de pacotes promocionais.

Órgãos de defesa do consumidor entram em alerta

Embora a empresa tenha elencado uma série de fatores para justificar o pedido de recuperação judicial, suas ações mais recentes têm sido diariamente criticadas por órgãos de defesa do consumidor.

O Ministério do Turismo, por exemplo, sancionou a 123milhas e a retirou do CadasTur. Agora, ela não tem mais direito aos benefícios concedidos a entidades que atuam no setor de turismo.

Na manhã desta quarta-feira (30), a Justiça do Distrito Federal suspendeu as atividades da empresa na região. Após um “número excessivo de reclamações”, a Justiça tomou a decisão de impedir a 123milhas de comercializar passagens ou vender pacotes na capital do país.

Quando suspendeu os pacotes promocionais em 18 de agosto, a 123milhas prometeu reembolsar os consumidores integralmente com vouchers. Os usuários poderiam usar esses vouchers para a aquisição de pacotes dentro da plataforma. No entanto, na última segunda-feira (28), a distribuição destes vouchers também foi suspensa.

A Senacom (Secretaria Nacional do Consumidor) já se manifestou a respeito do caso. A entidade desaprovou o pagamento em voucher e solicitou o reembolso integral em dinheiro para os clientes da empresa.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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