Uma nova espécie de camarão, três variedades inéditas de peixes e dezenas de moluscos foram encontrados durante uma pesquisa pela Fossa de Bounty, na Nova Zelândia. No total, os 21 pesquisadores que participaram do estudo catalogaram 100 novas espécies de animais marinhos.
Localizada na costa da Ilha Sul neozelandesa, a Fossa de Bounty é uma região bastante profunda. Por isso, não atrai muitos pescadores, o que faz com que a biodiversidade por lá ainda seja pouco conhecida.
Dessa forma, os cientistas acreditam que as 100 espécies identificadas são apenas o começo do que pode ser encontrado no local.
Por exemplo, há um animal em forma de estrela que os pesquisadores ainda não conseguiram identificar, mas que acreditam se tratar de um coral.
“Espero que esse número aumente à medida que trabalhamos com mais e mais amostras. Acredito que esse número será de centenas, e não apenas 100”, disse Alex Rogers, que participou da pesquisa, em comunicado.
A expedição foi conduzida pela organização sem fins lucrativos , pelo Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica da Nova Zelândia e pelo Museu da Nova Zelândia Te Papa Tongarewa.
Entenda a pesquisa
Para encontrar todas essas novas espécies, os cientistas primeiro mapearam a área da Fossa de Bounty. Nesta etapa, eles utilizaram um sistema de imagem e câmeras de vídeo que pudesse fornecer informações sobre a segurança do equipamento adentrar o local e também a vulnerabilidade das comunidades animais que ali vivem.
Então, para encontrar animais menores, eles usaram o método trenó Brenke, que consiste em uma rede que se arrasta pelo fundo do mar e outra a um metro acima, de forma que movimenta os animais e torna possível encontrá-los.
Já para encontrar novas espécies de animais maiores, eles utilizaram redes com iscas. Pescando na profundidade de 4.800 metros, eles encontraram 1.791 amostras, algumas que ainda estão analisando.
Identificar para preservar
De acordo com os pesquisadores, há uma estimativa de que mais de duas milhões de espécies vivam nos oceanos. Contudo, apenas 10% delas são conhecidas.
“Estamos lidando com uma situação em que sabemos que a vida marinha está em declínio. Para tentar gerenciar as atividades humanas e evitar esse declínio contínuo, precisamos entender a distribuição da vida marinha melhor do que fazemos atualmente”, afirma Rogers.