Após conquistar em janeiro de 2022 o título de primeira empresa dos EUA a atingir um valor de mercado de US$ 3 trilhões, as ações da Apple despencaram ao longo do último ano, fazendo a empresa perder cerca de 1 trilhão de dólares.
Na manhã da última terça-feira (3), os papéis da empresa recuaram em mais de 4%, fazendo o capital da Apple cair para menos de US$ 2 trilhões. A queda surgiu após a notícia de que a empresa da maçã para AirPods, Apple Watch e MacBooks para este primeiro semestre.
Segundo apontou a Axios, as ações da Apple tiveram um bom desempenho em 2021, quando os – impulsionados pela reabertura das economias globais no início da pós-pandemia. Por outro lado, o ano de 2022 foi marcado por um aumento da inflação e, por consequência, da taxa de juros, o que acabou afetando diretamente o mercado de produtos eletrônicos.
Apesar de a Apple ter apresentado um desempenho melhor do que outras Big Techs – como Meta, Amazon, Alphabet e Netflix –, a empresa também enfrentou investidores preocupados quanto à capacidade dela conseguir vender seus produtos, diante da política “Covid zero” da China, que vem afetando a produção em fábricas.
Em outubro, por exemplo, um surto de Covid em uma fábrica da Foxconn – uma das principais fornecedoras da Apple – afetou cerca de 10% da produção de iPhones. Durante o episódio, foi notícia aqui no Giz Brasil a fuga desesperada de trabalhadores da fábrica com medo de potenciais medidas governamentais restritivas.
Nas últimas semanas, o governo chinês vem suavizando os testes em massa e as quarentenas para conter a Covid, para dar um novo impulso à economia local (e também global). Porém, o país ainda enfrenta um cenário caótico, com um aumento preocupante no número de infecções.
A crise na Apple e de outras Big Techs
O recuo nas ações das grandes empresas de tecnologia coloca fim à hipervalorização financeira que o setor vinha experimentando nos últimos 20 anos. Esse crescimento foi possível graças às taxas mais baixas, valores patrimoniais valorizados e visão excessivamente otimista do futuro.
Crise como esta não era vista desde o início do ano 2000, durante o estouro da bolha da internet, que gerou a quebradeira de centenas de empresas, além de consequências catastróficas para investidores.
Desde novembro, tem sido notícia as demissões em massa, como os 11 mil funcionários da Meta ou os 10 mil da Amazon. Já a Netflix busca reformular a sua plataforma para frear a evasão de assinantes, com a criação de um novo plano com anúncios, bem como o fim do compartilhamento de senhas entre usuários.
No momento do fechamento desta matéria, as ações da Apple eram negociadas na Bolsa Nasdaq , alta de 0,3%.